Chuvas extremas continuam castigando o Acre e número de atingidos aumenta

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Cássius Afonso/Rede Amazônica

Rio Branco, capital do Acre, já contabiliza mais de 38 mil pessoas atingidas pelas tempestades que vêm se abatendo sobre o estado nos últimos dias. Entre domingo e segunda-feira (26 e 27/3), após chuvas de 64,3 mm na cidade, o Rio Acre subiu mais 32 centímetros, atingindo 16,74 metros. A cota de transbordo do rio é de 14 metros, superada desde quinta-feira (23/3).

De acordo com o g1, cerca de 1,9 mil pessoas estavam desabrigadas em Rio Branco e a estimativa era de mais de 4 mil desalojados. Pelo menos 36 bairros da capital acreana foram atingidos, com vários pontos de alagamento. Uma cratera se abriu na BR-364, que liga Rio Branco a Porto Velho, em Rondônia. 

Seis estados do Norte e do Nordeste vêm sofrendo com chuvas extremas desde meados da semana passada. E as previsões para os próximos dias não são animadoras. As duas regiões devem registrar chuvas intensas ao longo de toda a semana, de acordo com a meteorologista da Climatempo, Maria Clara Sassaki, informam a CNN e o g1. Segundo Sassaki, todo o extremo norte, pegando Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e Ceará devem ter tempestades até ao menos o próximo fim de semana.

Em Manaus, capital do Amazonas, os temporais do fim de semana deixaram um rastro de destruição e 224 desabrigados, narra o g1. Além de arrastar casas, as chuvas causaram alagamentos, sobretudo na Zona Leste da cidade.

No Maranhão, as fortes chuvas abriram abismos (voçorocas) de até 70 metros de profundidade e 500 metros de comprimento em Buriticupu, a 415 km de São Luís, capital do estado. Cerca de 27 famílias precisaram ser retiradas das áreas de risco e agora estão morando em abrigos e recebendo aluguel social. O maior medo é que as casas sejam “engolidas” pelos abismos, como já aconteceu no passado, relata o g1.

A chuva abriu uma cratera também na rodovia CE-384, no município de Mauriti, interior do Ceará. Dois veículos acabaram caindo no buraco aberto pela força da água, de acordo com o g1, e sete pessoas ficaram feridas.Diante do cenário de destruição provocado por esses extremos climáticos, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse que o governo estuda decretar estado de emergência climática em 1.038 municípios mapeados como mais vulneráveis aos efeitos das mudanças do clima, segundo a Agência Brasil.

ClimaInfo, 28 de março de 2023.

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