Desmatamento puxou alta nas emissões de carbono do Brasil em 2021

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Carl de Souza/AFP

Dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima evidenciaram o impacto do descontrole do desmatamento da Amazônia sobre as emissões de carbono do Brasil.

Em 2021, o país liberou 2,4 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (GtCO2e), alta de 12,5% em relação ao ano anterior, representando o 2º maior aumento em duas décadas. O índice de 2021 também foi 40% superior ao registrado em 2010, quando a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) entrou em vigor.

De acordo com o novo relatório do SEEG sobre as emissões brasileiras de Gases de Efeito Estufa (GEE), o desmatamento da Amazônia foi o grande motor dessa alta. O Brasil ficou longe de cumprir a principal meta da PNMC, que era a de reduzir em 80% a taxa de destruição da floresta amazônica em dez anos. No entanto, o desmate registrado em 2022 foi quase três vezes superior aos 3.925 km2 preconizados pela meta, e as emissões brutas de GEE associadas ao desmatamento, em 2021, atingiram 1,19 bilhão de GtCO2e, índice superior às emissões totais do Japão.

“Esses números indicam que, embora a PNMC tenha produzido inovações importantes no ordenamento legal brasileiro e criado instrumentos para mensuração de emissões e combate à mudança do clima, do ponto de vista da atmosfera, a década de 2010 foi perdida para o Brasil”, aponta o documento.

A alta das emissões entre 2010 e 2021 foi observada em todos os setores analisados pelo SEEG: 41% em resíduos (principalmente lixo e esgoto), 17% em energia, 13% em processos industriais e uso de produtos, e 12% em agropecuária.

Agência Brasil, BNC Amazonas, Correio Braziliense, Folha e Sul21 repercutiram os novos dados do SEEG.

ClimaInfo, 27 de março de 2023.

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