Sete anos depois do infame Dieselgate, um estudo feito pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT) estima que cerca de 13 milhões de veículos equipados com um dispositivo que mascara os níveis de emissão de poluentes na situação de teste de emissões ainda estão em circulação nas ruas da Europa e do Reino Unido (e no Brasil também). Com isso, uma parte substancial da frota automotiva europeia está rodando e liberando “níveis extremos” de poluição atmosférica.
De acordo com a análise, esses veículos altamente poluentes foram vendidos entre 2009 e 2019, abrangendo 200 modelos diferentes a diesel fabricados por empresas como Volkswagen, Renault, Nissan e Ford. Além dos 13 milhões identificados, o estudo também levantou outros 6 milhões de veículos que circulam com níveis “suspeitos” de emissão.
“A análise descobriu que níveis suspeitos de emissões de óxidos de nitrogênio [NOx] foram identificados em pelo menos 77% dos testes oficiais de governos em até 100% dos veículos em testes independentes e dados de sensoriamento remoto, indicando o provável uso do dispositivo manipulador proibido”, assinalou a ICCT.
O escândalo Dieselgate estourou em 2015, quando testes independentes descobriram que a Volkswagen instalou um dispositivo em seus modelos Amarok para fraudar os níveis relatados de poluição do veículo. A descoberta colocou a montadora alemã em maus lençóis com reguladores governamentais em todo o mundo, o que resultou em multas bilionárias. Guardian, L’Express e POLITICO repercutiram essas informações.
ClimaInfo, 28 de março de 2023.
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