Proteção indígena: policiais destroem balsas de garimpo no Vale do Javari

27 de março de 2023
destruição balsas Vale Javari
Divulgação gov.br

Agentes da Polícia Federal (PF) e do IBAMA apreenderam e destruíram três balsas/dragas utilizadas para o garimpo na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas, na última quinta-feira (23/3). A ação aconteceu por meio da Operação Tucandeira, que mira na atividade garimpeira ilegal dentro da reserva.

No Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comemorou a ação. “Estamos fortalecendo as operações integradas na Amazônia, a fim de proteger as nossas fronteiras e combater as organizações criminosas”, disse.

A PF também confirmou a instalação de uma base fluvial em Atalaia do Norte (AM), que servirá como ponto de apoio para outras atividades de prevenção e repressão ao crime na região. Agência Brasil, CNN Brasil, O Globo, Metrópoles, Valor e VEJA, entre outros, repercutiram a informação.

O Vale do Javari ganhou destaque, no ano passado, depois dos assassinatos brutais do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, executados por pescadores ilegais que atuavam na região. O caso começa a tramitar na Justiça, mas problemas de conexão de internet e de logística estão dificultando a realização das audiências de instrução e julgamento. Na semana passada, as sessões foram adiadas por três dias seguidos e, em virtude dos problemas, empurradas para abril, como informou o Bom Dia Amazônia (TV Globo).

O Guardian destacou a irritação de familiares de Bruno e Dom com os adiamentos das audiências sobre o caso. “Lamento que o Estado brasileiro pareça não estar dando a devida importância ao caso – a ponto de, por exemplo, não conseguir garantir que os réus compareçam a essas audiências”, afirmou o advogado João Bechara Calmon, que representa a família de Bruno. 

Já a defesa dos acusados pelas mortes de Bruno e Dom afirmou ao g1 que pretende pedir o afastamento do juiz Fabiano Verli, responsável pelo caso. De acordo com os defensores, o magistrado vem cometendo “sucessivas falhas”. Disseram, ainda, que ele “se contaminou pelas acusações e não está conduzindo o caso com a isenção que a lei exige”.

Ainda sobre o Vale do Javari, O Globo conversou com a indigenista Danielle Brasileiro, que atuava como coordenadora regional da FUNAI em setembro de 2019, quando o servidor Maxciel Pereira dos Santos foi assassinado, em Tabatinga. De acordo com ela, o então presidente substituto da FUNAI, Alcir Amaral Teixeira, teria ouvido relatos sobre ameaças na região, mas menosprezou os alertas e constrangeu os servidores para não reportarem “denúncias falsas” de crimes.

Em tempo: A Folha informou que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) concedeu um alvará de pesquisa para busca de ouro em uma área de 9,8 mil hectares nas vizinhanças da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. O alvará foi emitido no último dia 14 e tem como beneficiária Creusa Buss Melotto, que já cumpriu pena de prisão por tráfico de drogas. A autorização foi feita ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando o GSI estava sob responsabilidade do ex-ministro e general Augusto Heleno. No entanto, o atual titular do GSI, general Marco Gonçalves Dias, deu continuidade ao processo.

ClimaInfo, 27 de março de 2023.

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