Onda de calor provoca mortes e fecha escolas na Ásia 

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Debarchan Chatterjee/NurPhoto/Shutterstock

Uma forte onda de calor vem atingindo grande parte da Ásia, causando mortes e fechamento de escolas na Índia e temperaturas recordes na China e em países do sudeste asiático. Provável efeito das mudanças climáticas, a onda de calor ocorre a cerca de dois meses do verão no Hemisfério Norte, e ainda sem a incidência do El Niño – cujas chances de retorno em 2023 já são de 90%, segundo previsões mais recentes da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, informa o g1.

Ao Guardian, o climatologista e historiador do clima Maximiliano Herrera descreveu as temperaturas excepcionalmente altas como a “pior onda de calor de abril na história asiática”.

Na China, a imprensa local informou que temperaturas recordes para abril foram observadas em muitos locais, incluindo Chengdu, Zhejiang, Nanjing, Hangzhou e outras áreas da região do delta do rio Yangtze.

Temperaturas excepcionalmente altas também foram relatadas no sudeste asiático nos últimos dias, inclusive em Luang Prabang, no Laos, que registrou 42,7°C esta semana – a temperatura mais alta de sua história, segundo Herrera. A capital do país, Vientiane, registrou 41,4°C no sábado, o dia mais quente já registrado.

Na Tailândia, uma estação de monitoramento do governo em Tak, no noroeste do país, registrou 45,4°C no sábado, quebrando a alta anterior, de 44,6°C, alcançada em Mae Hong Son em 28 de abril de 2016. O recorde, porém, ainda não foi incluído no resumo oficial do governo.

Em Bangladesh, um dos países mais vulneráveis do planeta à crise climática, as temperaturas subiram acima de 40°C na capital, Dhaka, no sábado, o dia mais quente em 58 anos. As altas temperaturas derreteram o asfalto de estradas. Um funcionário do Ministério do Meio Ambiente, Florestas e Mudanças Climáticas do país disse que, se o calor não diminuir, será declarada emergência de temperatura em certas áreas.

A Índia se tornou particularmente vulnerável ao calor extremo nos últimos anos, e os especialistas temem que 2023 possa ser ainda pior. O departamento meteorológico indiano emitiu esta semana um alerta laranja de uma onda de calor severa em partes de Bihar, Jharkhand, Odisha, Andhra Pradesh e Bengala Ocidental, estados com uma alta proporção de trabalhadores rurais e trabalhadores que são forçados a trabalhar ao ar livre, mesmo quando as temperaturas e a umidade sobem.

As altas temperaturas levaram ao fechamento de escolas em alguns estados indianos, enquanto 13 pessoas morreram e outras oito receberam tratamento médico devido a insolação após um evento de premiação realizado ao ar livre em um lugar próximo a Mumbai, no estado de Maharashtra.

O calor extremo na Ásia foi repercutido por Reuters, Bloomberg, CNN, Washington Post, BBC, Axios e New Indian Express.

Em tempo: As mudanças climáticas estão “derretendo” a estação climática mais setentrional do mundo, instalada no Círculo Polar Ártico, mostra a Reuters. Em torno da pequena cidade de Ny-Aalesund, no arquipélago norueguês de Svalbard, cientistas que estudam os efeitos da crise climática sobre a temperatura do planeta estão tendo grande dificuldade de coletar dados. Pesquisadores que esperam colher núcleos de gelo estão encontrando geleiras inundadas pela água. Os locais de pesquisa estão ficando mais difíceis de alcançar, já que o derretimento da primavera deixa o solo muito árido para viagens de snowmobile.

ClimaInfo, 20 de abril de 2023.

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