Queimadas caem no primeiro bimestre, mas Amazônia concentra 90% delas, aponta MapBiomas

queimadas Amazônia
AFP

As queimadas caíram 28% no primeiro bimestre deste ano, em comparação a igual período de 2022. Um total de 536 mil hectares queimaram em janeiro e fevereiro – quase cinco vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro. Ainda assim, foram 213 mil hectares queimados a menos do que nos dois primeiros meses do ano passado.

Do total registrado nesse período pelo Monitor do Fogo, do MapBiomas, 90% ocorreu na Amazônia – o que corresponde a 487 mil hectares. Somente Roraima respondeu por 48% do que foi queimado em todo o país, com 259 mil hectares.

Roraima abriga os três municípios – Pacaraima, Normandia e Amajari –, bem como as três Terras Indígenas – São Marcos, Raposa Serra do Sol e Araçá – que mais registraram queimadas em janeiro e fevereiro, destacam o Correio Braziliense e o Diário de Pernambuco.

O top 3 das queimadas no bimestre é completado por Mato Grosso (90 mil hectares) e Pará (71 mil hectares). Com isso, os três estados representaram 79% do total da área queimada no Brasil nos dois primeiros meses de 2023.

Considerando dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) relativos aos três primeiros meses do ano, o MetSul aponta uma boa e uma má notícia sobre as queimadas na Amazônia: houve mais fogo de janeiro a março deste ano em relação a 2022; o número, porém, está abaixo da média histórica.

No primeiro trimestre de 2023 foram registrados 2.809 focos de calor no bioma amazônico, ante 2.300 em igual período do ano passado, número similar ao de 2021, com 2.301 focos. Entretanto, em 2020, foram 4.037 focos, e impressionantes 6.170 focos de calor de janeiro a março de 2019.

E a correlação entre queimadas e problemas respiratórios foi tema de entrevista à Rádio Nacional da pesquisadora da Fiocruz Renata Gracie. Ela participou da elaboração de uma nota técnica e de um curso que relacionam dados georreferenciais de incêndios com internações hospitalares por doenças respiratórias, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Em tempo: Durante todo o seu (des)governo, o inominável destinou ao Meio Ambiente apenas 0,16% do total do orçamento da União. O número se refere à média dos quatro anos, considerando as despesas obrigatórias e discricionárias do poder Executivo, e foi levantado com exclusividade pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), a pedido de ((o))eco. A base de dados foi o relatório “Depois do Desmonte – Balanço Geral dos Gastos da União 2019-2022”, lançado pelo INESC na segunda (17/4).

ClimaInfo, 19 de abril de 2023.

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