UE vai estabelecer metas para uso de combustíveis renováveis por companhias aéreas

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Michaela Handrek-Rehle / Bloomberg

Com o setor de aviação respondendo por 2,5% das emissões globais de dióxido de carbono, a União Europeia fechou um acordo para começar a descarbonizar o segmento, estimulando o mercado de combustível verde de aviação do continente. A proposta ReFuelEU Aviation foi aprovada pelo Parlamento e o Conselho Europeu na quarta (26/4) e agora deve ser ratificada pelos países do bloco para se tornar lei.

As novas regras devem exigir que os fornecedores de combustível para aviões forneçam uma parcela mínima de combustíveis de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) nos aeroportos da UE. A exigência começa com 2% de SAF no combustível total fornecido até 2025.

Em 2030, a parcela de combustíveis de aviação sustentáveis ​​disponibilizados nos aeroportos da região deve totalizar 6% – dos quais 1,2% devem ser produzidos sinteticamente usando eletricidade renovável e carbono capturado da atmosfera. Até 2050, a participação deve ser de 70% e 35%, respectivamente, explica a Bloomberg.

As medidas também exigem que os operadores de aeronaves partindo de aeroportos da UE reabasteçam apenas com o combustível necessário para o voo. Isso evita emissões relacionadas ao peso extra ou o chamado “tankering” – quando os operadores transportam deliberadamente excesso de combustível para evitar reabastecer com SAF,  informa a CNBC. Já os aeroportos vão precisar garantir que sua infraestrutura seja adequada para distribuir os combustíveis sintéticos para aviação.

A aviação é vista como um dos setores mais difíceis de descarbonizar, com aeronaves de emissão-zero não esperadas por mais de uma década. O SAF é visto como uma rota para começar a reduzir gradualmente a pegada de carbono das viagens aéreas no curto prazo, relata a Reuters.

Após o anúncio, algumas companhias aéreas europeias, como a Air France-KLM, disseram que já tinham metas mais ambiciosas para o uso do SAF do que as estabelecidas nas regras da UE. Outros alertaram que o acordo poderia distorcer a concorrência, já que as metas se aplicariam a companhias aéreas que voam de hubs europeus, mas não àquelas de longa distância, que voam de outros lugares fora dos países do bloco.

As novas regras da UE para descarbonizar o setor aéreo foram repercutidas ainda por Washington Post, Euractiv, Financial Times e Yahoo.

ClimaInfo, 27 de abril de 2023.

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