Apesar de promessas, Google permite patrocínio à desinformação climática 

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Michal Bednarek / Shutterstock.com

Um dos argumentos levantados pelo Google na luta para impedir a aprovação do chamado “PL das Fake News” no Congresso Nacional brasileiro é de que a empresa já possui ferramentas para combater a desinformação em suas plataformas. O problema é que, no que diz respeito à disseminação de mentiras sobre a crise climática, essas ferramentas não estão funcionando.

Uma análise divulgada nesta 3ª feira (2/5) pela coalizão Climate Action Against Disinformation mostrou que o Google vem falhando sistematicamente em sua política de desmonetizar vídeos do YouTube que contêm desinformação climática. Isso acontece a despeito de uma promessa feita pela própria empresa em 2021, na qual se comprometeu a interromper a promoção paga de conteúdos falsos sobre mudança do clima.

A pesquisa identificou 200 vídeos com mais de 73 milhões de visualizações que se encaixariam naquilo que o próprio Google define como critérios para impedir a promoção em seu site; no entanto, eles seguem não apenas disponíveis ao público, mas também estão sendo patrocinados para atingir o maior número possível de visualizações.

“Apesar da ostentação verde do Google, seus anúncios continuam a alimentar a indústria da negação climática, seja recebendo dinheiro para direcionar usuários para desinformação ou veiculando anúncios que tornam a negação climática um conteúdo rentável”, destacou Callum Hood, chefe de pesquisa do Center for Countering Digital Hate. “As empresas de tecnologia fazem grandes promessas sobre ódio e desinformação porque sabem que é difícil ver se as cumpriram”.

Gizmodo, NY Times e The Verge, entre outros, abordaram a notícia.

ClimaInfo, 3 de maio de 2023.

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