“Ecossistema de energia”, a nova estratégia da Petrobras para explorar petróleo na margem equatorial

Petrobras ecossistema de energia
Divulgação

A Petrobras resolveu nomear como “ecossistema de energia” o conceito que está adotando para integrar as operações de exploração e produção (E&P) de petróleo e gás natural que pretende desenvolver na margem equatorial – faixa do litoral brasileiro que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá – a fontes “limpas” de energia. A informação foi dada pelo diretor de Exploração e Produção da estatal, Joelson Falcão, em painel na Offshore Technology Conference (OTC), evento global da área de óleo e gás que está sendo realizado em Houston, nos Estados Unidos.

O plano da petroleira é avaliar o desenvolvimento de novos projetos de E&P na margem equatorial associados a soluções que reduzam emissões de gases de efeito estufa no longo prazo. Entre elas, informa o Valor, estão eólicas offshore, hidrogênio de baixo carbono e sistemas de uso, captura e armazenamento de carbono (CCUS) – tecnologia ainda cara e de efetividade pouco conhecida.

“Olhando para o futuro, a transição energética e a segurança energética são hoje prioridade da indústria global de energia. Por isso, em nossos projetos de E&P, buscamos cada vez mais conciliar a redução de riscos com a incorporação da agenda ambiental, social e de governança. Além disso, estamos utilizando as mais modernas tecnologias em áreas de nova fronteira, porque um E&P orientado por dados e digital permite não só a construção de melhores modelos preditivos e a maior previsibilidade, como também aumenta a eficiência, impulsiona os resultados e reduz a intensidade de carbono das operações”, disse o diretor da Petrobras.

Em nota, a estatal disse que o propósito do “ecossistema de energia” é “abrir novas oportunidades para integrar as cadeias de valor e promover o desenvolvimento local das regiões onde serão instalados os novos projetos – aproveitando as vocações regionais”. No entanto, o Plano de Negócios 2023-2027 da empresa prevê quase US$ 3 bilhões para exploração da margem equatorial, mas não menciona quanto será investido em fontes renováveis.

A petroleira está na expectativa de uma licença do IBAMA para perfurar um poço no bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas. A região, que integra a margem equatorial, é considerada de alta sensibilidade ambiental por especialistas. Além disso, não dispõe de estudos ambientais detalhados sobre os possíveis efeitos da atividade de exploração e produção de petróleo e gás. Por isso, técnicos do órgão recomendaram negar a autorização à Petrobras.  

A companhia já deslocou para a foz do Amazonas uma sonda de perfuração. Contudo, caso não tenha aval do IBAMA – a decisão final será do presidente do órgão, Rodrigo Agostinho –, a Petrobras deverá deslocar o equipamento para a Bacia Potiguar, no litoral do Rio Grande do Norte, onde também pretende perfurar um poço, informa o InfoMoney.

Os planos da Petrobras foram destacados também por Poder 360, ADVFN, Petronotícias e Petróleo Hoje.

ClimaInfo, 4 de maio de 2023.

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