Clima extremo: onda de calor puxa recordes de temperatura alta no Sudeste Asiático

clima extremo Sudeste Asiático
Luong Thai Linh/EPA

A Ásia continua sob uma onda de calor escaldante, sobretudo no sudeste do continente. As temperaturas extremamente elevadas para esta época do ano, a mais de um mês do início do verão, confirmam as previsões dos cientistas do clima de que 2023 pode ser o ano mais quente do mundo. Culpa do aquecimento global – e ainda sem os efeitos da cada vez mais certa ocorrência do fenômeno El Niño.

No fim de semana, o Vietnã registrou sua temperatura mais alta, de 44,2°C, com alertas de falta de energia, relata o Le Monde. O clima vietamita varia de norte a sul, mas o país como um todo está entrando em seus meses mais quentes, de verão.

“Este é um recorde preocupante no contexto das mudanças climáticas e do aquecimento global. Acredito que esse disco será repetido muitas vezes. Isso confirma que os modelos climáticos extremos estão sendo comprovados como verdadeiros”, disse ao Guardian Nguyen Ngoc Huy, especialista em mudanças climáticas.

Outros países da região também vêm sofrendo com o calor extremo. Vizinho ao Vietnã, o Laos provavelmente também quebrou recordes, aponta a Bloomberg. E as Filipinas reduziram as horas de aula depois que o índice de calor atingiu a zona de “perigo”, refletindo a combinação potencialmente mortal de calor e umidade.

A Tailândia registrou um recorde de 44,6°C em sua província ocidental de Mak. Enquanto isso, a mídia de Mianmar relatou que uma cidade no leste registrou 43,8°C, a temperatura mais alta em uma década. Os dois países passam por um período quente antes da estação das monções, mas a intensidade do calor quebrou recordes anteriores, informa a BBC.

Já em abril, temperaturas recordes afetaram milhões, da Índia à Malásia, com crianças morrendo de desidratação, alertas de incêndio e estradas derretendo, lembra o SCMP. O estresse térmico ameaça a agricultura e aumenta as preocupações com a escassez de água nas Filipinas, enquanto a Indonésia teme o retorno da neblina assassina de 2015, provocada por incêndios florestais causados pela seca.

Em tempo 1: Os rios Tigre e Eufrates, no Iraque, “berços” da antiga civilização da Mesopotâmia, correm o risco de secar por causa das mudanças climáticas. Por isso, o governo iraquiano busca ajuda internacional, disse o primeiro-ministro Mohammed Shia Al-Sudani. Segundo a Bloomberg, a estratégia do governo do Iraque até 2030 inclui a captura de gases para reduzir os danos ambientais, o incentivo a tecnologias modernas de irrigação e o uso de fontes renováveis de energia. Também há um projeto de dessalinização da água do mar para compensar a falta de água nos dois principais rios.

Em tempo 2: Na Austrália, o problema é uma onda de frio incomum que tomou conta de regiões do país. No sudeste australiano, uma frente fria causou a ocorrência de neve e granizo, segundo a Reuters. As temperaturas caíram de quatro a oito graus abaixo da média em todo o centro e leste australianos, mas ventos fortes fizeram a temperatura aparente parecer até 10 graus mais fria em alguns locais, explica o Guardian.

Em tempo 3: Já são mais de 400 os mortos por decorrência das fortes chuvas que caíram no fim da semana passada no leste da República Democrática do Congo, informam Reuters e Bloomberg. Pelo menos 394 corpos já foram recuperados após as inundações, de acordo com a France24. As aldeias mais afetadas estão no território de Kalehe, onde tempestades causaram o transbordamento dos rios. E deslizamentos de terra “engoliram” as aldeias de Bushushu e Nyamukubi, no território.

ClimaInfo, 9 de maio de 2023.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.