França e outros países da União Europeia contrários a regras que limitam emissões de veículos

Europa emissão de veículos
Marijan Murat / dpa/AFP

França, Itália e mais seis países da União Europeia estão pressionando o bloco para não estabelecer novos limites de emissões para carros. A UE e seus legisladores se preparam para negociar o regulamento Euro 7, que a partir de 2025 restringiria os limites de poluentes emitidos por veículos, incluindo óxidos de nitrogênio e monóxido de carbono.

Em um documento conjunto, enviado a outros membros da UE e visto pela Reuters, os oito países disseram que partes da lei, incluindo restrições às emissões de gases de escape, devem ser totalmente descartadas.

“Nos opomos a quaisquer novas regras de emissão de gases de escape – incluindo novos requisitos de teste ou novos limites de emissão – para carros e vans, pois essas novas regras desviariam os investimentos da indústria para alcançar o caminho de transição net-zero”, reclama o grupo, composto também por Bulgária, República Tcheca, Hungria, Polônia, Romênia e Eslováquia.

O documento surge em meio a sinais crescentes de que os países da UE atingiram a saturação regulatória sobre regras ambientais, com uma série de leis destinadas a colocar o bloco no caminho da neutralidade climática até 2050, de acordo com a Bloomberg. Além de endurecer as regras sobre poluentes não-CO2, o Euro 7 também visa combater partículas provenientes de freios e pneus.

O France24 relata que a indústria automotiva (claro) se opõe a padrões mais rígidos de veículos a gasolina e diesel. Segundo o setor, ampliar as restrições teria muito pouco impacto ambiental positivo, já que a indústria está migrando para carros elétricos.

Falando nos VEs, Estados Unidos e UE ainda não entraram num acordo para tornar as montadoras europeias elegíveis para créditos fiscais para carros elétricos nos EUA, o que vem deixando fabricantes do continente em desvantagem. O bloco europeu quer regras mais flexíveis sobre os minerais críticos usados ​​em baterias, relata o Politico.

Tais minerais poderão ser fornecidos à Europa pela Mongólia, encravada entre a China e a Rússia. Em visita ao país após a reunião do G7, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que o governo mongol concordou em fornecer metais críticos para a França.

Como lembra a Bloomberg, a UE está tentando garantir o acesso a recursos cruciais para sua transição digital e de energia limpa, como o lítio para baterias de VEs. Além disso, quer reduzir sua dependência de um punhado de fornecedores que incluem a China.

ClimaInfo, 23 de maio de 2023.

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