Proteção da camada de ozônio ajudou a atrasar em 15 anos a ocorrência de verões sem gelo no Ártico

Protocolo de Montreal degelo Ártico
SIRIPONG KAEWLA-IAD via Getty

O Protocolo de Montreal, acordo global firmado em 1987 com o objetivo de proteger a camada de ozônio, a partir da eliminação dos clorofluorcarbonos (CFCs), principalmente, acabou trazendo um outro benefício além de sua meta. O acordo pode ter atrasado a chegada do primeiro verão ártico sem gelo em até 15 anos.

A conclusão é de um estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), que revelou insights surpreendentes sobre esse benefício extra. A equipe de pesquisa – composta por cientistas das universidades da Califórnia-Santa Cruz, Columbia e Exeter – descobriu que, para cada 1.000 toneladas de emissões evitadas de substâncias destruidoras da camada de ozônio (ODSs, na sigla em inglês), cerca de 7 km2 de gelo marinho do Ártico foram salvos, destaca o earth.com.

“Embora os ODSs não sejam tão abundantes quanto outros gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, elas podem ter um impacto real no aquecimento global. E embora interromper esses efeitos não fosse o objetivo principal do Protocolo de Montreal, foi um subproduto fantástico”, disse Mark England, pesquisador sênior da Universidade de Exeter.

O primeiro verão ice-free do Ártico foi projetado para acontecer em meados deste século, a depender do que nós vamos conseguir de redução das emissões de gases de efeito estufa. Mas o derretimento do gelo ártico já está em níveis perigosos, reforça o Independent. “O primeiro verão ártico sem gelo marinho será um marco importante no processo de mudança climática”, reforça o professor Lorenzo Polvani, da Universidade de Columbia.

Quase 200 países assinaram o histórico Protocolo de Montreal em 1987, prometendo limitar suas emissões de ODSs. O acordo é amplamente saudado como um dos tratados ambientais mais bem-sucedidos já implementados, segundo o Carbon Brief. Hoje, quase 99% das substâncias proibidas que destroem a camada de ozônio foram eliminadas.Os efeitos benéficos do Protocolo de Montreal sobre o Ártico também foram destaque no New Scientist, phys.org e Vice.

ClimaInfo, 24 de maio de 2023.

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