“O que antes costumava ser uma selva parecem agora palitos de dente”. Essa é a comparação feita um meteorologista à Associated Press depois da passagem do tufão Mawar pela ilha de Guam, no Pacífico. O cenário de devastação impressiona, ainda mais pelo fato de que, ao menos até a tarde desta 5ª feira (25/5), não havia registros de mortes.
A tempestade chegou à ilha com ventos de mais de 240 km/h, na categoria 5 de potência. A maior parte do território seguia sem energia e água. As regiões central e norte de Guam receberam mais de 600 milímetros de chuva em um intervalo de 24 horas. O tufão mais forte a atingir Guam desde 2002, Mawar chegou a ganhar força na noite de 4ª feira (24/5), tornando-se uma tempestade de categoria 4.
Segundo meteorologistas, Mawar continuará a se mover para o noroeste, em direção ao norte das Filipinas e Taiwan, com a possibilidade de que volte a ganhar força antes de chegar nessas áreas, mas com risco baixo de ser uma tempestade tão forte quanto em Guam.
Mawar é a 5ª tempestade neste ano a atingir essa intensidade, de acordo com a CNN, o que já significa que o ano de 2023 será atípico – em geral, são registradas apenas cinco tempestades com essa potência por ano, e ainda tem a temporada inteira pela frente para essa média ser atropelada.
Lar de cerca de 150 mil pessoas, Guam é um território central na estratégia de segurança dos Estados Unidos para a região do Pacífico, com diversas instalações militares. A Bloomberg destacou que a passagem de Mawar pela ilha ressalta a vulnerabilidade da estrutura militar norte-americana aos efeitos da mudança do clima. “Muitos dos ativos mais estratégicos dos EUA estão em locais cada vez mais ameaçados por eventos climáticos extremos, aumento do nível do mar e outras consequências das mudanças climáticas”, disse a reportagem. Axios, Bloomberg, Independent, LA Times, NY Times e Reuters também repercutiram os efeitos do tufão Mawar na ilha de Guam.
ClimaInfo, 26 de maio de 2023.
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