ABIN alertou governo Bolsonaro sobre aumento do garimpo ilegal em Terras Indígenas

29 de maio de 2023
ABIN garimpo ilegal Terras Indígenas
Greenpeace

O [des]governo de Jair Bolsonaro (PL) sabia desde 11 de maio de 2020 que a pandemia poderia ser uma brecha para aumentar o desmatamento e o garimpo ilegal na Amazônia. E que tais crimes exporiam Povos Indígenas à COVID-19. Os alertas são de um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), enviado para a Casa Civil, então comandada pelo general da reserva do Exército, Walter Braga Netto – e solenemente ignorado.

O relatório sigiloso “Desmatamento, queimadas e garimpos no contexto do covid-19 (sic)”, de sete páginas, pontua que a crise do coronavírus colocava “desafio (sic) adicionais à atuação do Estado no combate ao garimpo ilegal na Amazônia”, conta a Agência Pública. E apontou que “a crise relacionada à pandemia de COVID-19 conforma contexto potencialmente mais propício às ações de desmatamento”.

O alerta da ABIN se concretizou, já que houve total descaso do inominável. E hoje o governo Lula corre para estancar a sangria criminosa que se instalou na Amazônia. Nesta semana, está prevista uma nova operação do Exército contra garimpeiros que ocupam a Terra Yanomami, em Roraima, conta Lauro Jardim, d’O Globo.

Na semana passada, a Polícia Federal e o IBAMA deflagraram uma operação para desarticular uma associação criminosa envolvida na extração ilegal de ouro e diamantes em Terras Indígenas em Rondônia, informam Folha e Agência Brasil.

A Operação Oraculum atuou nos maiores pontos de alertas de desmatamento e exploração garimpeira na Terra Indígena Roosevelt e no Parque Aripuanã.

No Pará, a Operação Acupary, do IBAMA e do ICMBio, desmantelou ação criminosa que dava suporte a garimpos ilegais em Terras Protegidas e Unidades de Conservação no Baixo Tapajós. A equipe de fiscalização apreendeu cinco aeronaves, três camionetes, 42 mil litros de diesel para uso de máquinas de mineração, 1.600 litros de gasolina de avião, uma pistola com numeração raspada e uma carabina.

Já a Operação Ágata Amazônia, das Forças Armadas e do IBAMA, apreendeu e destruiu ao menos 29 embarcações utilizadas pelo garimpo ilegal em rios do Amazonas, próximo à fronteira com a Colômbia. Entretanto, garimpeiros, funcionários do governo e pessoas ligadas ao tráfico de ouro estimam haver cerca de 150 dragas operando no rio Puruê e seus afluentes e outras 150 ao longo do vizinho rio Juami, que passa pela Estação Ecológica Juami-Japurá, relata a Folha.

Em tempo: Em ação do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça decidiu que os R$ 10 milhões obtidos pela Agência Nacional de Mineração (ANM) em um leilão de 200 toneladas de cassiterita, realizado em fevereiro, deverão ser repassados para a FUNAI e a União para o combate do garimpo ilegal na Terra Yanomami. A cassiterita leiloada pela ANM havia sido extraída de forma ilegal da TI. A agência ficaria com o dinheiro, mas para o MPF, se isso acontecesse, a ANM seria uma espécie de sócia do garimpo ilegal que ela deveria combater, explica a Agência Brasil.

ClimaInfo, 30 de maio de 2023.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine Nossa Newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar