O mês de julho foi sufocante para quatro em cada cinco pessoas na Terra. Mais de 2 bilhões sentiram o forte calor todos os dias.
O dado é da Climate Central, que fez uma análise rápida sobre o impacto das ondas de calor que assolam o Hemisfério Norte neste verão. Mais de 6,5 bilhões de pessoas, que representam mais de 80% da população mundial, experimentaram pelo menos um dia em que a mudança do clima teve um efeito significativo na temperatura média diária.
De acordo com a análise, a exposição global ao calor atingiu um pico em 10 de julho, quando 3,5 bilhões de pessoas em todo o mundo experimentaram calor extremo no nível CSI 3 ou superior – ou seja, um calor que se tornou pelo menos três vezes mais provável por causa da crise climática.
Eventos de calor extremo foram documentados na América do Norte, sul da Europa e Ásia, que ganharam atenção na imprensa nas últimas semanas, mas também em outras áreas do globo, como América Central, norte da África, Oriente Médio e a porção norte da América do Sul.
Mas os casos mais extremos de calor potencializado pela crise climática (CSI 5, cinco vezes mais provável por causa do aquecimento global) aconteceram em pequenos estados insulares em desenvolvimento, incluindo 11 na região do Caribe. Isso evidencia que a vulnerabilidade desses locais à mudança do clima vai muito além da intensificação de tempestades tropicais.
Em todo o mundo, cerca de 870 cidades tiveram pelo menos 25 dias de calor no nível CSI 3 ou superior, incluindo Alexandria (Egito), Argel (Argélia), Daca (Bangladesh), Douala (Camarões), Cidade da Guatemala (Guatemala), Guayaquil (Equador), Havana (Cuba), Jidá (Arábia Saudita), Cidade do México (México), Sanaa (Iêmen), Santo Domingo (Rep. Dominicana), Tampa (EUA) e Timbío (Colômbia).“Estamos realmente experimentando mudanças climáticas em quase todos os lugares”, disse Andrew Pershing, da Climate Central, à Associated Press. A análise também foi destacada por Axios, Fortune, Independent, LA Times, NBC News e Weather Channel, entre outros.
ClimaInfo, 3 de agosto de 2023.
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