Estudo: chuvas no RS ficaram 15% mais intensas em duas décadas

12 de maio de 2024
RS mudança climática
ClimateMeter/Lauro Alves/Secom/Montagem ClimaInfo

Análise de cientistas internacionais apontou que chuvas como as ocorridas no Rio Grande do Sul ficaram 15% mais intensas desde o final do século XX.

As chuvas históricas que desabaram sobre o Rio Grande do Sul nos últimos 10 dias refletem uma intensificação de eventos desse tipo desde o final do século XX, de acordo com um estudo divulgado na semana passada por cientistas do ClimaMeter. A análise indica que houve um aumento de 15% na precipitação nas últimas duas décadas, como efeito das mudanças climáticas. 

O estudo rápido, elaborado por um grupo internacional de cientistas, comparou como eram os sistemas de baixa pressão no estado gaúcho no final do século XX (de 1979 a 2001) e nos últimos 21 anos (2002 a 2023). Em municípios como Porto Alegre, Caxias do Sul e São Leopoldo, o aumento do índice de precipitação foi de até 6 milímetros diários.

Ao mesmo tempo, os pesquisadores não encontraram mudanças significativas de pressão superficial, de velocidade dos ventos e de temperatura na comparação dos dois momentos. A incidência de eventos similares também não mudou, com a sazonalidade se mantendo a mesma entre o final do século XX e as primeiras duas décadas do século XXI.

A análise também pontuou que fontes de variabilidade climática natural, como o El Niño, não apresentaram mudanças significativas que expliquem, ao menos preliminarmente, as alterações observadas nos índices de precipitação. Isto sugere que essas mudanças podem estar relacionadas com o aquecimento global e seus reflexos nos padrões climáticos globais.

“As tempestades que geraram chuva extrema nos últimos dias decorrem de uma complexa situação atmosférica formada sobre o Rio Grande do Sul. Os contrastes entre a onda de calor no centro do Brasil e o ar frio de origem antártica ao sul, associado a ciclones extratropicais, favorecem eventos extremos em um planeta mais quente”, explicou à Folha o climatologista Francisco Eliseu Aquino, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que não participou do estudo. O g1 também repercutiu a análise.

Em tempo: Outro levantamento, elaborado por cientistas do INPE, indicou que as chuvas extremas poderão ter um aumento de 60% no sul do Brasil nos próximos 30 anos. As maiores chances de precipitação extrema estão concentradas no nordeste do RS e centro-sul de Santa Catarina, onde esse percentual varia entre 40% e 60%. O mesmo aumento pode acontecer no litoral do Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e Bahia. O Globo deu mais detalhes.

 

ClimaInfo, 13 de maio de 2024.

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