Desastre no RS é o maior sinistro enfrentado por seguradoras no Brasil

Desastre no RS é o maior sinistro enfrentado por seguradoras no Brasil
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Estimativas da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) indicam mais de 23,4 mil sinistros decorrentes das chuvas em RS, somando R$ 1,6 bilhão em indenizações.

A tragédia causada pelas chuvas históricas no Rio Grande do Sul já é o maior desastre da história da indústria de seguros no Brasil. Um levantamento preliminar da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) identificou 23.441 avisos de sinistros entre 28 de abril e 22 de maio, com indenizações que totalizam R$ 1,673 bilhão até o momento.

No geral, a maior parte dos sinistros reportados até agora vem das categorias de seguro residencial e habitacional, que juntos somaram 11.396 sinistros e cerca de R$ 240 milhões em indenizações. Os seguros de automóvel aparecem em 2º lugar, com 8.216 sinistros e indenizações de R$ 557 milhões. Em seguida, estão os seguros agrícolas, que totalizam 995 registros e R$ 47 milhões em indenizações.

Muitos seguros residenciais podem não cobrir o impacto efetivo das chuvas por conta da baixa cobertura para alagamento na maior parte das apólices. “O problema com essa enchente é que ela afetou lugares que nunca haviam sido alagados antes. Há uma adesão baixa de apólices para alagamentos nos locais”, explicou Dyogo Oliveira, presidente da CNseg.

Os números ainda são parciais e o setor espera que eles aumentem ainda mais, já que apenas uma pequena parcela dos clientes acionou suas seguradoras. “Seguramente, o valor final será muito maior. Sem dúvida, essa é a maior indenização de um único evento que o setor já enfrentou no país”, afirmou Oliveira.

As seguradoras não devem ter maiores problemas para arcar com o impacto das indenizações pelas chuvas no RS, mas esse entendimento parte da pressuposição de que a tragédia no Sul foi uma ocorrência “extraordinária” e que “não se espera que seja repetido no futuro próximo”.

“O que nós já sabemos é que eventos climáticos [extremos] serão cada vez mais frequentes e severos, mas não esperamos que ocorra algo igual ao que aconteceu no Rio Grande do Sul, que tenha uma duração muito longa”, disse Oliveira.

Os dados parciais da CNseg para os sinistros causados pelas chuvas no Sul tiveram grande repercussão na imprensa, com matérias na Agência Brasil, CNN Brasil, Correio Braziliense, Folha, g1, InfoMoney, Metrópoles, O Globo, UOL, Valor e VEJA.

 

 

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ClimaInfo, 27 de maio de 2024.

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