Países não precisam de novas reservas de combustíveis fósseis para suprir demanda energética global

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NASA via Unsplash

Não serão necessários novos projetos de combustíveis fósseis se governos cumprirem as mudanças prometidas para evitar que o mundo ultrapasse suas metas climáticas, mostra estudo.

Duas importantes consultorias globais da área de energia – Wood Mackenzie e Rystad Energy – afirmaram no ano passado que as reservas de petróleo, gás e carvão já descobertas são suficientes para garantir a demanda energética mundial, diante de um contexto da necessária eliminação gradual dos combustíveis fósseis na matriz energética do planeta. Agora, um novo estudo reforça esse panorama e destaca que os países não precisam investir na busca por novas reservas [oi, Lula!] – seja pela suficiência do que já está descoberto, seja pelos compromissos climáticos assumidos pelas nações.

O estudo, elaborado por pesquisadores do University College London e do Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD, sigla em Inglês) e publicado na Science, é direcionado aos líderes políticos globais, destaca o Guardian. Segundo a pesquisa, o mundo tem projetos de combustíveis fósseis suficientes planejados para atender às previsões de demanda energética até 2050 e os governos devem parar de emitir novas licenças para petróleo, gás e carvão.

Os dados proporcionam o que os cientistas disseram ser “uma base científica rigorosa” para que os governos proíbam novos projetos de combustíveis fósseis e iniciem um declínio controlado dessa indústria, ao mesmo tempo em que incentivam investimentos em energia renovável. Assim, se os governos cumprirem as mudanças prometidas para evitar que o mundo ultrapasse suas metas climáticas não serão necessários novos projetos de combustíveis fósseis.

O estudo é o primeiro artigo revisado por pares publicado em uma revista científica a argumentar que não são necessários novos projetos fósseis, uma vez que as fontes de energia renovável atendem à demanda, e expande as conclusões produzidas em 2021 pela Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em Inglês), explica o Financial Times. Em todos os cenários, retirados do 6º Relatório do IPCC, a capacidade existente de combustíveis fósseis é suficiente para atender às demandas energéticas do mundo, conclui a pesquisa.

“A pesquisa se baseou em uma ampla gama de evidências científicas, mas sua mensagem para os governos e as empresas é muito simples: não há espaço para novos projetos de combustíveis fósseis em um mundo alinhado com 1,5°C. Alcançar os objetivos do Acordo de Paris significa que os governos precisam parar de emitir permissões para novos projetos de exploração, produção ou geração de energia a partir de combustíveis fósseis”, disse Greg Muttitt, associado sênior do IISD.

Em tempo 1: O estado de Vermont, nos EUA, aprovou uma lei pioneira no país que exigirá que as grandes petroleiras mundiais, conhecidas como “Big Oil”, paguem pelos danos causados pelas mudanças climáticas. O governador de Vermont, Phill Scott, enviou uma carta à Assembleia Geral do estado na 5ª feira (30/5) permitindo que a medida, que propõe estabelecer o Programa de Recuperação de Custos do Superfundo Climático, se torne lei sem sua assinatura, destaca a CBS. No verão passado, Vermont foi atingido por uma inundação catastrófica após a quantidade estimada de chuva de 2 meses cair em 2 dias. A precipitação excessiva deixou cidades inteiras isoladas e, em determinado momento, uma linha de trem ficou suspensa.

Em tempo 2: Em agosto do ano passado, um plebiscito popular no Equador votou para interromper a extração de petróleo no Parque Nacional Yasuní. No entanto, a três meses da data limite para cumprir o referendo, a administração do presidente Daniel Noboa está longe de fechar o bloco. Organizações da sociedade civil, federações indígenas e até mesmo o ator norte-americano Mark Ruffalo denunciam que o processo está sendo adiado e que a consulta popular não está sendo cumprida, relata a InfoAmazonia.

 

ClimaInfo, 3 de junho de 2024.

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