Painel de conselheiros climáticos do governo alemão disse que país provavelmente não cumprirá suas próprias metas de emissões de gases de efeito estufa para 2030.
Milhares de moradores da Baviera e de Baden-Württemberg, no sul da Alemanha, tiveram de deixar suas casas desde que tempestades que atingiram a região na 6ª feira (31/5) provocaram inundações dramáticas. Foram confirmadas 4 mortes em decorrência das enchentes até 2ª feira (3/6), quando o premier alemão Olaf Scholz esteve na área atingida.
O governo alemão disse que as inundações mortais serviram como um alerta para o país continuar a luta contra as mudanças climáticas, informa a Reuters. Contudo, também ontem o Conselho de Especialistas em Questões Climáticas, que tem autoridade independente para avaliar o desempenho climático alemão, afirmou que a Alemanha provavelmente não alcançará sua meta de reduzir 65% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 em comparação com 1990, porque setores como transporte e construção estão tendo dificuldades para cumprir suas metas, destacam Reuters e POLITICO.
“No geral, não podemos confirmar” que a meta para 2030 será cumprida, disse Hans-Martin Henning, presidente do conselho. “Pelo contrário, assumimos que a meta não será cumprida”, completou ele. Para agravar ainda mais o quadro, o colegiado destacou que, no ritmo atual, a Alemanha também não se tornará net zero até 2050.
Em março, o ministro alemão da Proteção Climática, Robert Habeck, citando dados da Agência Federal do Meio Ambiente (UBA), disse que a Alemanha estava no caminho certo pela primeira vez para atingir suas metas climáticas, após as emissões caírem 10% em 2023. No entanto, um mês depois, o país introduziu uma lei de proteção climática mais flexível, que dá margem de manobra a setores com baixo desempenho, como o transporte.
Apesar disso, a Lei de Proteção Climática exigirá que o governo alemão tome medidas corretivas para a meta de 2030 se o conselho confirmar suas conclusões em seu próximo relatório anual em 2025.
As inundações na Alemanha e o possível não cumprimento das metas climáticas do país também foram repercutidos por DW, France24, AP, Euronews, Guardian e Bloomberg.
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ClimaInfo, 4 de junho de 2024.
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