
IEA mostra que apenas 14 de 194 países incluíram metas específicas sobre renováveis para 2030 em suas NDCs, que serão atualizadas na COP30, no Brasil.
Na COP28, realizada em Dubai em dezembro do ano passado, os países concordaram em triplicar a potência instalada de fontes renováveis de energia até 2030. Mas o ritmo para cumprir esse compromisso está aquém do necessário. Assim, com as políticas e tendências atuais, a capacidade de geração de energia renovável global aumentaria apenas o dobro nos países desenvolvidos e um pouco mais que o dobro globalmente até o final da década.
É o que mostra o relatório “COP28 Tripling Renewable Capacity Pledge: Tracking countries’ ambitions and identifying policies to bridge the gap”, lançado pela Agência Internacional de Energia (IEA). Segundo o documento, apesar de o mundo estar fora do caminho para triplicar a geração renovável até 2030, há sinais promissores de que o ritmo do progresso pode estar acelerando, destaca o Guardian.
A meta envolveria aumentar a capacidade renovável para pelo menos 11.000 gigawatts (GW) até o final da década, em comparação com 4.209 GW em 2023. No entanto, pouquíssimos países – apenas 14 de um total de 194 – incluíram metas específicas para renováveis até 2030 em seus compromissos firmados sob o Acordo de Paris, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), lembra a Reuters, em matéria traduzida pela Folha. Os compromissos oficiais nas NDCs atuais somam 1.300 GW – apenas 12% do necessário para alcançar o objetivo estabelecido em Dubai, segundo a agência.
É verdade que os objetivos domésticos em quase 150 países vão além dos compromissos das NDCs, correspondendo a quase 8.000 GW de capacidade instalada renovável até 2030. Mas isso significa que, se as nações incluíssem todas as suas políticas, planos e estimativas existentes em suas novas NDCs, que devem ser apresentadas na COP30, no Brasil, elas refletiriam 70% do necessário até 2030 para alcançar a meta de triplicação.
“A meta de triplicar [a capacidade de energia renovável] é ambiciosa, mas alcançável. Mas apenas se os governos rapidamente transformarem promessas em planos de ação. Os países em todo o mundo têm uma grande oportunidade de acelerar o progresso rumo a um sistema energético mais seguro, acessível e sustentável”, disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol.
France24, Bloomberg, Al Jazeera, Axios, Financial Times e Business Green repercutiram o novo relatório da IEA.
ClimaInfo, 5 de junho de 2024.
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