Em evento no Dia Mundial do Meio Ambiente, Marina Silva destacou urgência de ações preventivas contra queimadas nos biomas, efeito da estiagem que se aproxima.
O começo da temporada seca na Amazônia e no Pantanal preocupa o governo federal, que aproveitou o evento de celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente nesta 4a feira (5/6) para anunciar novas medidas de prevenção e combate a queimadas. A ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) alertou que a situação pode ser tão desastrosa como a crise causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
“O que estamos vendo em chuva no RS, nós vamos ver em estiagem, provavelmente na Amazônia e no Pantanal. E o que a gente tem como consequências – de desmoronamento, perda de lavoura – associadas às chuvas, vamos ter o fenômeno terrível que são incêndios e queimadas”, afirmou Marina durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília.
Uma das medidas anunciadas foi o lançamento de um pacto de prevenção e controle de incêndio com os governos dos estados amazônicos e pantaneiros. A ideia é articular esforços com as autoridades estaduais para promover ações preventivas e responder mais rapidamente a situações de fogo. Outra preocupação é mitigar possíveis impactos desses eventos sobre a população, como o risco de desabastecimento.
A ministra também voltou a defender a decretação de “emergência climática” em áreas de risco de eventos extremos. Esse instrumento permitiria a liberação mais rápida de recursos e uma resposta mais imediata por parte da União para as comunidades afetadas por eventos como inundações, deslizamentos de terra e incêndios florestais.
“O que está acontecendo é que uma hora a gente está agindo na seca e depois tendo que agir na cheia. No caso da Amazônia, tem complexidade enorme e isso está sendo debatido dentro do governo. Quando eu falo em medida extraordinária, da necessidade de um instrumento que possa decretar emergência climática antecipada, ajudaria muito em relação a isso”, disse Marina.
O Globo elencou outras medidas anunciadas pelo governo, como a criação do Programa Nacional de Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais, o lançamento da Estratégia Nacional de Bioeconomia, a atualização da composição do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), além de outras ações voltadas para participação social em políticas ambientais e na preparação do Brasil para a COP30 em 2025.
O governo também divulgou novos dados sobre o desmatamento no Cerrado em 2024. Segundo dados do sistema DETER (INPE), o ritmo de desmate caiu 12,9% nos cinco primeiros meses do ano em relação ao mesmo período em 2023. Na Amazônia, a trajetória de queda iniciada no ano passado vem se sustentando nos primeiros meses de 2024. De janeiro a maio, o número de alertas de desmate caiu 40,5% em relação ao mesmo período de 2023.
Correio Braziliense, Estadão, Folha, g1, Metrópoles, Poder360 e Valor, entre outros, repercutiram essas informações.
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ClimaInfo, 4 de junho de 2024.
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