Promessa do G7 de acelerar eliminação dos combustíveis fósseis não convence

16 de junho de 2024
g7 Itália
g7italy.it

Para organizações ambientais, discurso impresso no documento final das nações com mais recursos financeiros para impulsionar a transformação econômica rumo à descarbonização deixou a desejar.

“No momento em que o mundo precisava de uma liderança ousada por parte deles, a reunião dos líderes não acrescentou valor algum.”

A avaliação da vice-Presidente da Global Citizen, Friederike Roder, destacada pela Reuters, sobre o documento final do G7, grupo que reúne as nações mais ricas do planeta e cuja reunião de líderes na Itália terminou na 6ª feira (14/6), dá a tônica do que o encontro trouxe para o combate às mudanças climáticas. O grupo se eximiu de assumir compromissos efetivos com a eliminação dos combustíveis fósseis, cuja queima é a principal causa da crise climática.

“Faremos a transição dos combustíveis fósseis nos sistemas de energia de maneira justa, ordenada e equitativa, acelerando as ações nesta década crítica, para alcançar a neutralidade de carbono até 2050, de acordo com a melhor ciência disponível”, diz o comunicado final da cúpula, informam epbr e Público.

O documento, de 36 páginas, dedicou cerca de cinco delas ao tópico “Energia, Clima e Meio Ambiente”, com foco em saudar os compromissos feitos durante a COP28. Os líderes ratificaram a promessa de seus ministros do meio ambiente feita em abril passado “de eliminar gradualmente a geração de energia a carvão sem mitigação em nossos sistemas energéticos durante a primeira metade da década de 2030”, mas com alguma flexibilidade.

Assim, permitiram que os países se comprometessem a eliminar gradualmente “em um cronograma consistente com a manutenção do limite de aumento de temperatura de 1,5°C ao alcance, em linha com os caminhos de emissões líquidas zero dos países”. E abriram espaço para o gás fóssil, o que se adapta às necessidades da Alemanha e do Japão.

Diante da linguagem dúbia e imprecisa, os ativistas ambientais e climáticos se mostraram críticos e céticos, destaca o DW. “Os líderes do G7 poderiam ter ficado em casa. Nenhum novo compromisso foi feito,” reforçou Roder.  

A especialista em políticas climáticas do Greenpeace, Tracy Carty, também foi crítica: “Para manter a temperatura abaixo de 1,5°C, o plano do G7 para eliminar o carvão é simplesmente muito pouco, muito tarde, e o gás não é barato nem uma ponte para um clima seguro,” disse.

Líder de finanças públicas da Oil Change International, Bronwen Tucker reforçou a decepção com os líderes do G7 “nos 12 meses consecutivos mais quentes da história registrada pela humanidade. Os países do G7 estão adotando uma data inadequada para eliminar o carvão e endossando o aumento da produção de gás fóssil, enviando um sinal terrível em um momento em que os países deveriam estar focados em acelerar a eliminação, não em atrasá-la”, explicou.

Agência Brasil e InfoMoney também repercutiram o documento final do G7.

 

ClimaInfo, 17 de junho de 2024.

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