Estados Unidos pedem à União Europeia para adiar lei antidesmatamento

24 de junho de 2024
União Europeia energia limpa
Wikimedia Commons

Governo Biden argumenta que legislação que obriga comprovação de que importações como chocolate, móveis e produtos pecuários foram feitas sem destruir florestas prejudicaria seus produtores.

A lei antidesmatamento da União Europeia (UE) acaba de encontrar mais uma pedra de tropeço no seu caminho: o governo norte-americano. Depois de reações dos países latino-americanos, asiáticos e africanos, e dentro da própria UE, sobre a carga administrativa que a nova lei impõe aos agricultores e ao setor florestal, agora é vez dos Estados Unidos (EUA) unirem-se ao coro dos insatisfeitos. Em carta enviada no final de maio à Comissão Europeia – e revelada pela imprensa na semana passada – os norteamericanos pediram que a UE adie o início de sua implementação, previsto para 30 de dezembro deste ano.  

A lei em questão, aprovada há dois anos, obriga produtores de commodities a comprovar que seus produtos vêm de terras livres de desmatamento após 2020, incluindo uma declaração com dados de geolocalização – algo que agora os EUA dizem não conseguir fazer. Madeira, papel e celulose são os setores que seriam mais afetados por essa regulamentação e, segundo a Associação Americana de Florestas e Papel (AF&PA), é impossível cumprir a regra porque papel e celulose são feitos de sobras de serraria e resíduos florestais misturados de diferentes fontes. A UE importou cerca de US$ 3,5 bilhões (R$ 19 bilhões) em produtos florestais americanos em 2022, de acordo com dados da Comissão de Comércio Internacional dos EUA.

Para os produtores brasileiros, que criticaram a medida por não abrir exceção para o desmatamento legal previsto pelo Código Florestal, trata-se de um aliado de peso para jogar para a frente o início do combate obrigatório ao desmatamento dentro das cadeias de fornecimento.

A notícia foi dada pela Reuters e pelo Financial Times, cuja matéria foi traduzida pela Folha de S. Paulo e repercutida por Capital Reset, Barrons e Bloomberg, entre outros.

 

ClimaInfo, 25 de junho de 2024.

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