Mundo completa 1 ano com temperatura pelo menos 1,5°C acima da média pré-industrial

8 de julho de 2024
1 ano 1,5°C
Dados: Copernicus Gráfico: Axios Visuals

Junho foi o 13º mês consecutivo de recordes de calor na Terra, com temperaturas da superfície do mar completando 15 meses consecutivos de novas máximas.

Limitar o aquecimento global em 1,5°C de aumento da temperatura média global sobre os níveis anteriores à Revolução Industrial, como estabelecido no Acordo de Paris em 2015, está cada vez mais difícil. Afinal, apesar da expectativa de que a chegada de La Niña segure um pouco o avanço dos termômetros, a falta de compromissos efetivos para eliminar os combustíveis fósseis continuará alimentando as mudanças climáticas, resultando em eventos extremos cada vez mais intensos e frequentes.

É o que mostra o observatório climático europeu Copernicus (C3S). Os mais novos dados da instituição mostram que 2024 teve o junho mais quente da história, com média global de 16,66°C, superando o recorde de temperatura observado em junho de 2023, de 16,51°C. Foi o 13º mês consecutivo com termômetros acima da média, informa o g1.

Com isso, no mês passado o Planeta completou 1 ano com temperatura média 1,64°C acima dos níveis pré-industriais, destaca a Bloomberg. O calor acima do normal expôs mais pessoas a condições climáticas violentas, como se viu na catástrofe climática no Rio Grande do Sul, com chuvas sem precedentes, e na seca no Pantanal, que chegou bem antes do período habitual. E um aumento sustentado nas temperaturas nesse nível também aumenta o risco de pontos de inflexão incertos, mas catastróficos, explica o Guardian.

Diretor do C3S, Carlo Buontempo ressalta que não se trata de uma “raridade estatística”, mas sim de uma mudança evidente e contínua no clima do planeta. “Mesmo que essa sequência específica de extremos termine em algum momento, estamos destinados a ver novos recordes sendo quebrados à medida que o clima continua mudando. Isso é inevitável, a menos que paremos de adicionar gases de efeito estufa na atmosfera e nos oceanos”, frisou.

A incidência do El Niño desde meados do ano passado até maio deste ano influenciou a elevação dos termômetros. Mas, como explica o cientista do C3S, Julian Nicolas, o fenômeno natural colaborou com os recordes, mas as temperaturas não teriam subido tanto sem as mudanças climáticas.

E os recordes não se restringiram à atmosfera. As temperaturas dos oceanos também atingiram novas máximas no mês passado, no Atlântico, no Pacífico Norte e no Índico, o que influenciou o calor em todo o planeta. E atingiram outro marco: 15 meses consecutivos de novos máximos, um fato que Nicolas chamou de “impactante”, relata a Folha.

Reuters, AP, Euronews, Axios, Business Standard e O Globo também noticiaram o novo recorde de temperatura no planeta em junho.

Em tempo: Nos Estados Unidos, uma onda de calor de longa duração que já quebrou recordes anteriores no país atingiu em cheio o oeste estadunidense no fim de semana. As temperaturas atingiram máxima de 53,3°C nos sábado (6/7) e domingo (7/7) no Parque Nacional do Vale da Morte, no leste da Califórnia, onde um motociclista, não identificado, morreu devido à exposição ao calor e outra pessoa foi levada ao hospital por “doença grave causada pelo calor”, disseram autoridades. Um aviso de calor excessivo – o alerta mais alto do Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) – estava em vigor para cerca de 36 milhões de pessoas no domingo, ou cerca de 10% da população do país, disse o meteorologista do NWS, Bryan Jackson. Le Monde, Newsweek, CNN, Sky News, NBC e Reuters repercutiram o calor mortal na costa oeste dos EUA.

 

ClimaInfo, 9 de julho de 2024.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar