Pantanal em chamas: queda na temperatura e umidade alta afastam fumaça e incêndios de Corumbá

10 de julho de 2024
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Oton Barros (DSR/OBT/INPE)

Os termômetros marcavam 13ºC na 2ª feira (8/7), com umidade do ar entre 63% e 76% na cidade; frio pode ajudar no combate ao fogo.

A passagem de uma frente fria levou um alívio momentâneo ao Pantanal. A queda da temperatura e o aumento da umidade relativa do ar afastaram os focos de incêndios e a fumaça que encobria Corumbá (MS).

Há mais de 90 dias, moradores da cidade sofriam com os impactos das queimadas, lembra o g1, sem falar nas temperaturas acima da média e na falta de chuvas. Mas, na 2ª feira (8/7), os termômetros marcavam 13oC no início da manhã. Já a umidade relativa do ar estava entre 63% e 76% na cidade, condições meteorológicas que podem ajudar no combate ao fogo, reforça a Band.

Registros de satélite da NASA mostram a diferença nos acumulados de pontos de calor nas últimas 24 horas e na semana passada. Entre sábado e domingo (6 e 7/7), um foco de incêndio foi registrado por hora no bioma, conforme os dados do programa BDQueimadas, do INPE. Já 5ª e 6ª feiras, foram 133 focos.

Em Mato Grosso, máquinas estão abrindo cinco tanques com grande capacidade de armazenamento de água ao longo da rodovia Transpantaneira, informa o Jornal Hoje, e serão abastecidas por poços artesianos. “Isso vai permitir que tenhamos água por mais tempo para combater os incêndios e matar a sede dos animais”, explicou Ilvânio Martins, presidente da Fundação Ecotrópica.

A bacia do rio Paraguai, que banha o Pantanal, permanece em níveis de estiagem preocupantes, relata o Midiamax. De acordo com balanço do Centro de Monitoramento do Clima e do Tempo de Mato Grosso do Sul (CEMTEC) divulgado na 2ª feira, nos três dias anteriores o rio Paraguai estava abaixo da cota e com redução do nível a cada dia analisado. O mesmo ocorreu nos rios Aquidauana, Miranda e Cuiabá.

A seca extrema levou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) de Mato Grosso a restringir o uso de água na bacia do Paraguai, informam R7, CenárioMT e MidiaNews. O consumo humano, a dessedentação de animais, o combate a incêndios, a preservação da fauna e as atividades econômicas serão priorizados, nessa ordem, com restrições para outras finalidades.

Em tempo 1: De 1º a 30 de junho, a área queimada no Pantanal chegou a 407,1 mil hectares, mostra o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA/UFRJ). A vegetação devastada equivale a nove campos de futebol queimado por minuto no bioma, detalha o g1. Ainda conforme o LASA, no mês passado o bioma queimou mais de 13,5 mil hectares por dia; 565,3 hectares por hora, o que representa 9,4 hectares por minuto. Nem em igual mês de 2020, quando o fogo consumiu 26% do bioma, foram registrados tantos focos de incêndio como em junho deste ano.

Em tempo 2: O IBAMA solicitou ao Ministério de Portos e Aeroportos uma alteração na lei de aviação para permitir a contratação de aeronaves e tripulações estrangeiras para combater os incêndios no Pantanal, segundo a CNN. De acordo com o órgão ambiental, o Brasil só dispõe de aeronaves de pequeno porte para esse trabalho. Diante da situação crítica, o IBAMA alerta para a possibilidade de “sobrecarregar a capacidade de atendimento às emergências relacionadas ao fogo, em especial de meios aéreos, considerando sobreposição com condição crítica para os incêndios florestais nos biomas Amazônia e Cerrado”.

 

 

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ClimaInfo, 10 de julho de 2024.

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