Focos de incêndio voltam a aumentar no Pantanal

23 de julho de 2024

Uma frente fria conteve o fogo nas últimas semanas no Pantanal, mas a volta do calor e do tempo seco já resultou em nova alta.

O Pantanal volta às preocupações de autoridades e especialistas. Depois de experimentar uma queda no número de focos de incêndio nas primeiras semanas de julho, o bioma já experimenta uma nova alta do fogo, puxada pela volta do tempo quente e seco.

Segundo o boletim do governo do Mato Grosso do Sul, a área queimada entre os dias 7 e 14 deste mês foi bem mais baixa do que a que vinha sendo observada nos últimos tempos. Isso foi provocado, em grande parte, pela chegada de uma frente fria que derrubou as temperaturas, o que dificultou a disseminação do fogo.

No entanto, como destacou o Correio do Estado, a frente fria perdeu força e o clima deve voltar a ficar quente e seco no Pantanal, o que facilita a ocorrência e proliferação dos focos de incêndio. Nesta 2ª feira (22/7), sete focos estavam ativos: em Rabicho, próximo ao rio Paraguai; em Porto da Manga, nas margens do Paraguai e da Estrada Parque MS-228; Paiaguás; Maracangalha; Bonito; Coxim; e Nhecolândia. A Crítica e o Diário Corumbaense também repercutiram essas informações.

Desde o começo de 2024 até o último dia 16 de julho, quase 593 mil hectares foram queimados somente no Pantanal sul-mato-grossense, o que representa uma alta de 147% em relação ao mesmo período de 2020, a pior temporada de incêndios da história do bioma. O número de focos registrados nesse período chegou a 3.099, um aumento de 38,7% em relação ao mesmo período em 2020.

A volta do tempo quente e seco e o risco de uma nova escalada no número de focos de incêndios trazem preocupação, já que a temporada do fogo ainda deve perdurar por mais alguns meses. “O pico da estiagem é entre julho e agosto, principalmente de agosto até setembro. Então, ainda tem muita estiagem por vir”, comentou Cláudia Gaigher, jornalista especializada em meio ambiente e desenvolvimento sustentável, ao podcast Pauta Pública, da Agência Pública.

“Essa crise hídrica se deu pela questão macro, pela mudança do clima no planeta. No micro, porque o Pantanal também está sendo alterado. É uma situação grave, porque a gente não sabe se vai ter aquele Pantanal de novo. É difícil dizer – eu estou aqui há 26 anos -, o Pantanal que eu conheci não existe mais”, lamentou.

Essa avaliação é compartilhada por especialistas. “A fauna do Pantanal ainda está fragilizada e um novo incêndio pode descaracterizar hábitats e eventualmente causar extinções locais”, explicou o biólogo Marcelo Magiolo, da Universidade de São Paulo (USP) e do ICMBio, à Revista FAPESP.

 

 

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ClimaInfo, 23 de julho de 2024.

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