Os EUA trabalharão com os estados amazônicos para detectar redes ilícitas e desmantelar o financiamento a crimes ambientais, como extração ilegal de madeira e minérios.
Em passagem por Belém (PA), a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, anunciou uma nova iniciativa de cooperação internacional voltada para combater o financiamento a crimes ambientais na Amazônia. O projeto terá interlocução com os estados amazônicos, de forma a melhorar a capacitação de seus agentes na detecção de redes financeiras ilícitas que operam na região.
“Os crimes contra a natureza geram centenas de bilhões de dólares em receitas ilícitas, ao mesmo tempo em que prejudicam comunidades locais e ameaçam ecossistemas críticos. Esses crimes alimentam a corrupção e a desestabilização onde quer que ocorram”, afirmou Yellen em evento no Museu Emílio Goeldi.
Além do Brasil, a cooperação contará com outros países da bacia amazônica, como Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. De acordo com o Departamento do Tesouro, o projeto aproveitará a expertise dos EUA no combate a crimes contra a natureza, qualificando atores regionais e locais nesse enfrentamento.
“A iniciativa atuará como um catalisador para aumentar o compartilhamento de informações em apoio a investigações conjuntas envolvendo agentes corruptos, organizações criminosas, traficantes de drogas e outros envolvidos em atividades ilícitas que geralmente acompanham crimes contra a natureza”, destacou o Tesouro norte-americano em nota. Folha e Valor deram mais detalhes.
Aproveitando a presença de Yellen em Belém, o governador Helder Barbalho (PA) pleiteou, em nome do Consórcio Amazônia Legal, um envolvimento maior do governo dos EUA em soluções de financiamento ambiental e de ação climática na região. O apelo também foi direcionado ao presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, que participou do evento.
“Peço que os EUA assumam a responsabilidade de liderar os financiamentos necessários e as modelagens no âmbito internacional para permitir o combate às mudanças climáticas, a transição energética, a prioridade de um mundo com emissões zero e, para isso, a solução passa por um aporte relevante e histórico aqui na Amazônia”, disse Barbalho. CNN Brasil e Pará Terra Boa repercutiram o apelo.
ClimaInfo, 30 de julho de 2024.
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