Segundo a agência, a falta de chuvas e a baixa vazão de água podem interromper o funcionamento da usina hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia.
A Agência Nacional de Águas (ANA) declarou situação crítica de escassez de recursos hídricos nos rios Madeira e Purus, com vigência até o final de novembro. A medida visa a intensificar o monitoramento hidrológico dessas bacias e dos impactos da seca, além de propor ações preventivas para garantir a segurança hídrica e energética das comunidades afetadas.
De acordo com a ANA, os cenários hidrometeorológicos para 2024 sinalizam a possibilidade de que os níveis de criticidade igualem ou mesmo superem aqueles observados no ano passado, quando a Amazônia experimentou uma de suas secas mais severas da história.
“As anomalias negativas de chuvas afetaram os níveis dos rios da região, que se mantêm próximos aos valores mínimos históricos. Como resultado, os usos da água estão sendo impactados, especialmente aqueles que dependem de níveis adequados nos corpos hídricos, como a navegação e a geração hidrelétrica”, alertou a agência, citada pela Agência Brasil.
A situação é particularmente preocupante no rio Madeira. De acordo com a ANA, a usina hidrelétrica de Santo Antônio pode ser paralisada por conta da baixa vazão de água e da falta de chuvas. Junto com Jirau, essas usinas possuem 7.318 MW de potência instalada, o que corresponde a 6,7% do Sistema Interligado Nacional (SIN).
“Neste ano, em função dos níveis que estamos observado, acreditamos que poderá haver uma nova paralisação da usina de Santo Antônio, porque os níveis já estão mais baixos que o histórico e a tendência é que atinjamos níveis ainda menores que os do ano passado”, afirmou Patrick Thadeu Thomas, superintendente adjunto da ANA, ao g1.
Além do risco à operação de Santo Antônio, a baixa vazão do Madeira também ameaça a navegação fluvial, principal modal de transporte de pessoas e mercadorias da região amazônica. Em 2022, cerca de 6,5 milhões de toneladas foram transportadas pelo rio Madeira, o que equivale a 9,2% do total transportado por vias interiores no Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). A CNN Brasil destacou esses números.
ClimaInfo, 1º de agosto de 2024.
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