Ativistas climáticos bloqueiam quatro aeroportos na Alemanha

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Reprodução Letzte Generation

Os manifestantes invadiram os aeroportos de Berlim, Stuttgart, Nuremberg e Colônia para pressionar o governo alemão pela proibição da queima de combustíveis fósseis até 2030.  

Ativistas do grupo de jovens Letzte Generation (“Última Geração”, em Português) invadiram os aeroportos de quatro das maiores cidades do país e obstruíram a passagem de aviões. Os manifestantes se colaram na pista para dificultar a retirada pelas forças policiais.

A ação aconteceu nos aeroportos de Berlim-Brandemburgo, Colônia-Bonn, Nuremberg e Stuttgart, o que resultou na suspensão parcial das operações e em atrasos nas decolagens e pousos. Os ativistas abriram buracos em cercas com alicates, colaram-se no asfalto e ergueram cartazes com mensagens como “O petróleo mata” e “Assine o tratado”.

A última mensagem é direcionada ao primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, criticado por não se esforçar por um acordo internacional de não proliferação de combustíveis fósseis até o final desta década. Os manifestantes acusam Scholz de se omitir diante de uma ameaça existencial à sobrevivência das gerações mais jovens e futuras.

“A extração de petróleo, gás e carvão deve parar urgentemente porque destrói os nossos meios de subsistência”, explicou a estudante Regina Stephan, integrante do Letzte Generation, em nota publicada pelo grupo. “Enquanto nossos líderes trabalharem de mãos dadas com as empresas de combustíveis fósseis e colocarem o lucro acima da vida humana, estaremos aqui, na pista.”

A ministra alemã do Interior, Nancy Faeser, condenou a manifestação e pediu que os ativistas sejam processados e condenados pela Justiça. “Essas ações criminosas são perigosas e estúpidas”, criticou. O Letzte Generation respondeu reiterando a inação das autoridades do país. “O que é perigoso é seu fracasso político [na questão climática]”, destacou o grupo, citado pelo Guardian.

Associated Press, Deutsche Welle, Euronews e Reuters repercutiram a ação.

Em tempo: Um novo estudo liderado por cientistas do Imperial College London (Reino Unido) descobriu que as aeronaves comerciais mais modernas podem estar contribuindo tanto quanto suas versões mais antigas para o aquecimento global. Isso porque os rastros de condensação gerados por esses aviões no voo em grandes altitudes são mais volumosos e duram mais do que aqueles gerados por aeronaves mais velhas, embora os aviões modernos emitam menos carbono. O estudo foi publicado na revista Environmental Research Letters. A CBS News deu mais detalhes.

 

ClimaInfo, 16 de agosto de 2024.

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