
Chuvas históricas que atingiram o Sul devem impactar os resultados das seguradoras no 2º trimestre; perdas de companhias aéreas com desastre superam R$ 500 milhões.
Os prejuízos causados pelo desastre climático no Rio Grande do Sul começam a ganhar mais clareza. As principais seguradoras do Brasil esperam que as chuvas e inundações de maio passado impactem seu desempenho financeiro no 2º trimestre em mais de R$ 122 milhões, de acordo com o Valor.
O montante é alto, mas deverá ficar abaixo do que se imaginava na época do desastre. Já os sinistros relacionados ao desastre somaram mais de R$ 461 milhões, sendo que R$ 349 milhões foram cobertos pelo resseguro. A expectativa do setor é de que o desastre no RS ainda impacte os resultados nos próximos meses, mas em uma proporção bem menor do que no último trimestre.
Já as companhias aéreas estimam perdas bem mais significativas em decorrência das chuvas no Sul. Segundo o Valor, as três maiores companhias aéreas do país – Latam, Azul e Gol – tiveram perdas superiores a R$ 500 milhões em virtude do desastre climático no RS no 2º trimestre. O impacto contribuiu para perdas significativas experimentadas pelo setor nesse período, prejudicado também pela instabilidade cambial.
Enquanto isso, o governo federal formalizou nesta 2ª feira (19/8) a criação de um grupo de trabalho para discutir a reconstrução das cidades atingidas pelas chuvas no Sul. O grupo contará com a participação de pesquisadores e cientistas e deverá fazer um diagnóstico preliminar sobre as causas e consequências do desastre, bem como propor iniciativas para reconstrução e melhoria na resiliência das comunidades. CNN Brasil, Correio Braziliense, Folha e Valor, entre outros, deram mais detalhes.
Ainda sobre o desastre climático no RS, a Procuradoria-Geral da República (PGR) questionou no Supremo Tribunal Federal (STF) trechos da lei gaúcha que criou um fundo para centralizar e captar recursos destinados ao enfrentamento dos impactos do desastre climático no estado. Um dos pontos assinalados como inconstitucional pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, é o que autoriza que recursos desse fundo sejam destinados a outros fundos de natureza privada. A notícia é da CNN Brasil e O Globo.
Em tempo: Uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou, pela primeira vez, como a ocorrência de desastres climáticos se reflete no desempenho eleitoral de prefeitos que buscam a reeleição. O resultado é curioso: os mandatários municipais tendem a ter mais chances de se reeleger caso seu município sofra com uma grande seca ou inundação durante o ano eleitoral, embora essas chances diminuam se o evento ocorrer em outros anos do mandato. A chave para entender esse resultado é a decretação de estado de calamidade pública, um mecanismo que permite o recebimento de dinheiro e perdão de dívidas pelo governo federal, o que abastece os cofres da prefeitura e viabiliza obras visíveis para a população. A Agência Pública destacou os principais pontos do estudo.
ClimaInfo, 20 de agosto de 2024.
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