No Amazonas, 20 cidades estão em emergência, e 21 na mesma situação no Acre, onde estiagem permite atravessar a pé rio na fronteira com Peru.
A seca na Amazônia neste ano vai repetindo situações drásticas registradas em 2023, quando a região viveu uma estiagem histórica. Tudo indica que a falta de chuvas e a baixa dos rios vai ser pior em 2024, com efeitos devastadores para pessoas, fauna e flora, que não se recuperam da tragédia climática do ano passado.
O período mais crítico da estiagem na Amazônia costuma ser em setembro. Mas, um mês antes, os rios da região já registram baixas recordes na comparação com as séries históricas verificadas em agosto, informa a Agência Brasil.
Dados do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), órgão ligado ao Ministério da Defesa, mostram que o rio Solimões está 3 metros abaixo da média observada nesse período. A seca no Amazonas já fez 20 cidades do estado declararem emergência, relata o Jornal Nacional.
A situação se repete em outros estados da região. Alguns dos afluentes do rio Solimões, como o rio Madeira, que banha Rondônia, e o rio Acre, no estado de mesmo nome, registram cotas próximas aos mínimos históricos.
Em Rio Branco, o nível do rio Acre está a apenas 12 centímetros da menor cota já registrada na história, 1,25 m, em outubro de 2022, relata a Folha. Segundo a Defesa Civil da capital acreana, o nível chegou a 1,37 m na 4ª feira (21/8). A situação é considerada preocupante.
O Acre vive uma das piores secas de sua história. Isso fez com que a Defesa Civil Nacional reconhecesse a situação de emergência em 21 das 22 cidades do estado, informa o R7. Em Jordão, a 460 km de Rio Branco, a prefeitura decretou estado de calamidade pública, relatam g1 e ac24horas.
Em Assis Brasil, vídeos feitos pelo coordenador da Defesa Civil do município, Jonata Albuquerque, e exibidos pelo g1 mostram que o rio Acre está praticamente seco na cidade. Com a baixa drástica do nível do curso d’água, é possível atravessar a pé, pelo leito do rio, para a cidade de Iñapari, no Peru.
Com a estiagem piorando em toda a Amazônia, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) aprovou o repasse de R$ 11,7 milhões para combater a seca na região, informa a CNN. A verba foi destinada para ações da Defesa Civil de Amazonas e Roraima. O MIDR reconheceu estado de emergência em 53 municípios dos dois estados, além de cidades do Acre e de Rondônia.
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ClimaInfo, 23 de agosto de 2024.
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