Brasil enfrenta a pior seca de sua história recente, informa o CEMADEN

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Marcelo Camargo/Agência Brasil

Pela primeira vez, estiagem afeta o país de forma generalizada e o cenário é muito preocupante porque a situação não deve se alterar até novembro.

Não há um estado brasileiro, à exceção do Rio Grande do Sul, que não esteja sofrendo com falta de chuvas. A situação é inédita e faz com que o país esteja vivendo a pior seca de sua história recente, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (CEMADEN). E de acordo com as previsões, a situação não deve se alterar até novembro.

Os dados do CEMADEN sobre a seca cobrem o período desde 1950. A série histórica revela que a estiagem se agravou a partir de 1988. De lá para cá, a seca mais severa foi registrada em 2015. No entanto, à época, a falta de chuva atingiu apenas uma parte das regiões brasileiras.

Neste ano, porém, a seca se espalhou por quase todo o país, e de forma mais intensa. A falta de chuva e os severos impactos na vegetação atingem uma área muito maior que a de 2015. Agora, grandes porções do Brasil passam por situação de seca severa a excepcional, explica o g1.

Hoje, mais de um terço do território nacional – uma área de mais de 3 milhões de km², equivalente ao tamanho da Índia – enfrenta a estiagem em seu pior grau. O resultado: cidades isoladas na região Norte, onde o cenário é crítico, destaca o Jornal Nacional, com rios secando e impedindo a navegação, bem como incêndios em todas as regiões, sufocando a população com a fumaça e causando problemas respiratórios. Sem falar no “rio de fumaça” que carrega material das queimadas na Amazônia e no Pantanal para Sul e Sudeste.

De acordo com os dados mais recentes do CEMADEN, mais de 3,8 mil dos 5.570 municípios brasileiros estão com alguma classificação de seca, de fraca a excepcional. O número de cidades nessa situação aumentou quase 60% entre julho e agosto.

A seca histórica e os incêndios também colocam em risco as principais safras brasileiras, informam Bloomberg Línea e Folha. Além do fogo que devastou canaviais na semana retrasada em São Paulo, as plantações de café e de soja estão ameaçadas pela falta de chuvas.

E não para por aí. A carne bovina, o feijão, a laranja e outros alimentos devem ficar mais caros por causa da estiagem, relata o g1. A falta de chuvas prejudica principalmente pequenos produtores, que, em sua maioria, não possuem um sistema de irrigação, explica Ana Paula Cunha, especialista no monitoramento de secas do CEMADEN.

SBT, O Tempo e A Tarde também repercutiram o levantamento do CEMADEN.

Em tempo 1: A seca está fazendo com que quatro trechos de rios do Pantanal e da Amazônia atinjam seus menores níveis na história, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB). A baixa histórica foi registrada nos rios Solimões, Acre, Paraguai e Cuiabá. Já nos rios Madeira e Araguaia o resultado foi o segundo mais baixo até aqui, detalha O Globo. No trecho do Solimões em Tabatinga (AM), o nível medido foi de -94 cm. Antes, o nível mais baixo registrado havia sido de -86 cm, em 2010, lembra a GZH. A seca severa no Alto Solimões revelou um tesouro arqueológico: as ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga. Localizado na margem esquerda do rio, abaixo do terminal hidroviário da cidade, o forte, construído no século XVIII, foi uma peça-chave para o domínio de Portugal sobre a região, em um período marcado pela disputa territorial com a Espanha, explica o g1.

Em tempo 2: Uma onda de calor excepcional vai tomar conta de grande parte do país na primeira metade de setembro. Será um período prolongado de calor excessivo em vários estados e que afetará todas as regiões do país com marcas de 40oC a 45oC, o que fará deste setembro um dos mais quentes já registrados no Brasil, segundo alerta a MetSul.

 

 

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ClimaInfo, 2 de setembro de 2024.

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