Laranja e banana-prata estão entre as frutas que devem sofrer maiores efeitos do cenário climático; café também sente efeitos das altas temperaturas dos últimos meses.
No Brasil, os efeitos da crise climática, causada principalmente pela queima de combustíveis fósseis, devem impactar a população até mesmo na hora de fazer compras no mercado.
A pior seca dos últimos tempos no país pode diminuir a produtividade de parte dos alimentos, e os preços devem aumentar, relata a CNN. Segundo Sílvio Isoppo Porto, diretor-executivo de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a laranja é a fruta que pode apresentar mais problemas, já que 85% de sua produção se concentra num cinturão que inclui o estado de São Paulo e o Triângulo Mineiro, regiões bastante afetadas pela estiagem e castigadas por queimadas intensas, que prejudicaram vários pomares.
Outra fruta que deve sentir o impacto da seca é a banana. Seu preço já subiu por causa da baixa quantidade produzida e deve aumentar ainda mais por conta da irregularidade de chuvas, que provocou estresse hídrico e prejudicou a produção.
O tradicional café também está em risco. Apesar de ser considerado resiliente por muitos especialistas, o grão está sentindo as altas temperaturas registradas nos últimos meses no Brasil. Além disso, as principais áreas cafeeiras do interior do país (São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo) estão sem chuva significativa há mais de 130 dias, informa o Notícias Agrícolas.
Ainda não é possível mensurar os prejuízos da safra de 2025 do grão, especialmente porque floradas significativas não foram reportadas. Mas já existe uma estimativa de até 20% de perda nas futuras peneiras.
O g1 ainda destaca possíveis impactos em cana-de-açúcar, soja e gado, e chama atenção para o peso desses eventos sobre os pequenos produtores que não possuem um sistema de irrigação.
Os pequenos produtores ocupam cerca de 13% da área da agricultura nacional, contudo é responsável por alimentar a maioria dos brasileiros.
ClimaInfo, 6 setembro de 2024.
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