Tempestades excepcionalmente fortes voltam a castigar o país; paralisia política, crise econômica e ausência de ajuda internacional expõem população aos riscos de eventos climáticos extremos.
Para muitos paquistaneses, as últimas semanas trouxeram de volta a angústia vivida em 2022, quando o país da Ásia Central sofreu com as piores inundações de sua história. As fortes chuvas que atingiram o Paquistão nos últimos dias mostraram que, passados dois anos, a maior parte da população ainda está bastante exposta aos riscos do clima extremo.
No final de agosto, um deslizamento de terra provocado por fortes chuvas no distrito de Upper Dir, na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país, atingiu uma casa e causou a morte de 12 pessoas, a maioria crianças.
A Associated Press destacou a constatação de especialistas de que a crise de 2022, a despeito de sua dimensão e destruição, não desencadeou mudanças significativas no planejamento, prevenção e resposta das autoridades paquistanesas aos efeitos de chuvas intensas. Sem apoio governamental, as comunidades seguem vivendo em áreas de risco, propícias a novas inundações.
Em parte, a falta de reação decorre da escassez de recursos em uma economia ainda cambaleante. Enquanto muitas obras de reconstrução e adaptação precisam ser feitas, o Paquistão segue aguardando a maior parte dos US$ 9 bilhões prometidos pela comunidade internacional durante uma conferência no ano passado, na Suíça.
Como o NY Times lembrou, a instabilidade política no Paquistão também tem peso na falta de planejamento preventivo para novos desastres. O país ainda vive sob um governo com baixa popularidade e sob embate direto com a oposição liderada pelo ex-primeiro-ministro Imran Khan, preso sob a acusação de corrupção no ano passado.
ClimaInfo, 9 setembro de 2024.
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