Estados da Amazônia e do Pantanal batem recorde de emissões de carbono por incêndios

8 de setembro de 2024
Amazônia Pantanal recorde emissões
Mayke Toscano/Secom-MT

Levantamento do observatório europeu Copernicus indica impacto do fogo nas emissões, com recorde em AM, MS e MT; cidades suspendem celebrações de 7 de setembro.

Os incêndios que consumiram a Amazônia e o Pantanal nos últimos meses já se refletem no balanço de emissões de carbono dos estados do norte e centro-oeste brasileiros, de acordo com análise do observatório europeu Copernicus. Mesmo com quase quatro meses até o final do ano, três estados já bateram seus recordes anuais de emissões por incêndio: Amazonas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

No Amazonas, as emissões de carbono decorrentes de incêndios já somam 23,2 milhões de toneladas de CO2 (MtCO2) em 2024, ultrapassando o recorde anterior do estado, de 22,7 MtCO2 registradas em 2022. Já as emissões associadas ao fogo no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul superaram o volume médio observado entre janeiro e o começo de setembro nos últimos 21 anos. Os dados foram destacados pela Folha.

A intensificação do fogo em Mato Grosso forçou autoridades locais a suspenderem as celebrações do Dia da Independência em pelo menos três municípios do estado, segundo O Globo. Mas o impacto dos incêndios vai muito além da região amazônica: como O Globo também abordou, o céu ficou encoberto no Sul e no Sudeste durante o final de semana, com uma densa pluma que intensificou o clima quente e seco dos últimos dias.

No Sul, a chegada das nuvens de fumaça causaram o fenômeno da “chuva preta” na região de Porto Alegre (RS), com fuligem misturada às gotas. Esse tipo de chuva contaminada por poluentes pode afetar corpos d’água, solos e vegetação. O Estadão deu mais detalhes.

A crise do fogo é nacional. Em todo o país, foram registrados até a semana passada mais de 152,3 mil focos de calor desde janeiro, número 103% superior ao registrado no mesmo período no ano passado. Somente na última 6ª feira (6/9), 4.396 focos foram identificados pelo INPE. A Folha trouxe os números mais atualizados e fez uma reconstituição do mapa do fogo no Brasil ao longo das últimas 13 semanas.

Em tempo 1: O calor e o tempo seco facilitaram o surgimento de novos incêndios no estado de São Paulo. Segundo O Globo, o satélite Aqua, da agência espacial dos EUA (NASA), registrou o segundo pior valor diário dos últimos 30 dias na 5ª feira (5/9), com 322 focos de fogo no estado. As áreas mais críticas são os arredores de Franca, Marília e Itapura. Um levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) relatado por Globo Rural indicou que mais de 231,3 mil hectares de cana-de-açúcar foram atingidos pelo fogo no território paulista.

Em tempo 2: A Bolívia também sofre com o fogo. O governo decretou situação de emergência nacional por conta dos incêndios que já consumiram quase 4 milhões de hectares de pastagens e florestas no país andino. No leste boliviano, as autoridades também declararam alerta sanitário devido à má qualidade do ar. O governo brasileiro enviou mais de 60 bombeiros da Força Nacional de Segurança Pública e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal para apoiar o combate ao fogo no país vizinho. A notícia é do Estadão.

 

ClimaInfo, 9 setembro de 2024.

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