Garimpo ilegal ameaça Unidades de Conservação na Amazônia, alerta Greenpeace

Garimpo ilegal ameaça Unidades de Conservação na Amazônia, alerta Greenpeace
Polícia Federal/Divulgação

Organização identificou devastação pela atividade criminosa em uma área que soma 13.848 hectares em 15 UCs, a maior parte delas localizada no estado do Pará.

O Greenpeace Brasil publicou mais um levantamento sobre o avanço do garimpo ilegal na Amazônia. De acordo com o mais recente estudo da entidade, a atividade criminosa devastou uma área que soma 13.848 hectares – equivalente a quase 90 Parques Ibirapuera, em São Paulo – em 15 Unidades de Conservação (UCs) nos estados de Amapá, Amazonas e Pará. Do total, 1.512 hectares estão em Unidades de Proteção Integral, e 11.972 hectares em Unidades de Uso Sustentável.

Quase metade da devastação foi detectada na Floresta Nacional (FLONA) do Amanã, que fica na divisa entre o Amazonas e o Pará, com 6,8 mil hectares, destaca Míriam Leitão n’O Globo. O rio Amanã, o mais importante da FLONA, já teve 56 km dos seus 156 km afetados pelo garimpo, mostra o Greenpeace.

O Pará tem nove das 15 UCs mais destruídas pela atividade criminosa, informam Pará Terra Boa e g1. À exceção da Floresta Nacional do Urupadi, no Amazonas, as cinco Unidades de Conservação mais atingidas pelo garimpo ilegal no levantamento estão em território paraense.

Entre as UCs avaliadas pelo Greenpeace, chama a atenção a Estação Ecológica do Alto Maués, uma Área de Proteção Integral (API) no sul do Amazonas. Desde 2020 até julho deste ano, houve um aumento de mais de 420% de garimpos, explica a Agência Brasil. Segundo a entidade, existem duas pistas de pouso ativas dentro da Unidade.

De acordo com o porta-voz da frente de Povos Indígenas do Greenpeace, Jorge Eduardo Dantas, o enfraquecimento da fiscalização e o afrouxamento de leis ambientais no governo anterior permitiram a expansão do garimpo no bioma amazônico. E nos últimos anos a atividade garimpeira vem migrando do Pará em direção ao Amazonas e Mato Grosso, o que mostra a relação com o desmatamento.

Em tempo 1: Uma operação do IBAMA, da FUNAI e da PRF destruiu maquinários e produtos utilizados por garimpeiros dentro da Terra Indígena Kayapó, no sudeste do Pará. Não houve prisões. Além disso, vários focos de incêndio foram identificados. Segundo as equipes de fiscalização, o fogo é provocado intencionalmente pelos invasores para facilitar a abertura de áreas para o garimpo. E, de acordo com o coordenador de operações de fiscalização do IBAMA, Hugo Loss, a Terra Kayapó é a TI com maior número de focos de incêndio no Brasil desde 5ª feira (5/9), com 5.667 focos, informa o g1.

Em tempo 2: O coordenador da operação da Polícia Federal (PF) que mirou os financiadores de garimpo ilegal em Roraima, delegado Michel Saliba, afirmou que as investigações no estado identificaram “um ciclo completo” nas práticas de crimes ambientais e usurpação de bens da União. De acordo com Saliba, um dos investigados no âmbito da “Operação Taureus Aureus” comprou gado usando o dinheiro obtido a partir da extração ilegal de ouro na Terra Indígena Yanomami, destaca a Agência Cenarium. A PF prendeu três pessoas – duas em Roraima e uma em Rondônia – durante as diligências. Além das prisões, as equipes também cumpriram 15 mandados de busca e apreensão.

 

 

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ClimaInfo, 10 de setembro de 2024.

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