Fenômeno causado pela fuligem dos incêndios florestais e queimadas poderá ser observado em regiões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
A fumaça das queimadas e dos incêndios florestais registrados em quase todo o Brasil – por enquanto, somente o sul não foi atingido pelas chamas – vai fazer mais do que aumentar a poluição atmosférica e tornar o ar quase irrespirável em cidades como São Paulo, Porto Velho e Manaus. Agora é a “chuva preta” que deverá atingir regiões do Sul e do Sudeste, devido à chegada de uma frente fria.
O fenômeno acontece quando as partículas de fumaça e poluentes em suspensão na atmosfera são lavadas pela chuva, misturam-se às gotas gerando a coloração escurecida. Nessa condição, a chuva pode poluir as águas superficiais e a vegetação e a água eventualmente captada é imprópria para consumo humano, por causa da presença de contaminantes nocivos à saúde, explica O Globo.
No Rio Grande do Sul, na 5ª feira (12/9), a “chuva preta” foi registrada em diversas cidades das regiões norte e noroeste do estado, informa a GZH. Já no início da semana o fenômeno atingiu Porto Alegre, Pelotas, Arroio Grande e Rio Grande. No Uruguai a “chuva preta” também aconteceu, relata a Exame.
A expectativa é que o fenômeno atinja áreas de Santa Catarina, Paraná e São Paulo nos próximos dias. Já na quinta-feira a cidade de São Paulo registrou “chuva” de fuligem na Zona Oeste da capital, na divisa com Osasco.
Com a aproximação da frente fria, a quantidade de fumaça sobre o estado de São Paulo poderá aumentar no fim de semana e gerar novamente a “chuva preta” na região. Os ventos tendem a ser moderados a fortes na 6ª feira e principalmente no sábado (13 e 14/9), numa direção que vai favorecer o transporte de mais fumaça sobre o estado.
Segundo o Climatempo, além do aumento da fumaça, outros fenômenos poderão ocorrer no fim da semana: redemoinhos de fumaça e de poeira e levantamento de cortina de poeira. Tudo por causa do aumento da velocidade dos ventos.
CNN, Estadão, MetSul, Globo Rural, Metrópoles e SBT repercutiram a chegada e os efeitos nocivos da “chuva preta” à saúde humana e ao meio ambiente.
Em tempo: Com 5,65 milhões de hectares, agosto registrou quase metade (49%) de toda a área queimada no Brasil neste ano, mostra o Monitor do Fogo, do MapBiomas. A área queimada somente no mês passado é equivalente à de todo o estado da Paraíba. Na comparação com agosto de 2023, houve um salto de 149%, informam O Globo e Valor. Foi o pior agosto da série do Monitor de Fogo, iniciada em 2019. As pastagens respondem por um em cada quatro hectares queimados (24%) e se destacam como a área de uso agropecuário que mais queimou no mês passado.
ClimaInfo, 13 setembro de 2024.
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