Presidência brasileira do G20 concluiu trabalhos de GT de Finanças Sustentáveis, com sugestões aos líderes internacionais sobre caminhos para facilitar o acesso a fundos climáticos.
Mais uma etapa importante da agenda brasileira na presidência do G20 terminou nesta semana. O Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis (SFWG, na sigla em Inglês), realizou seu quarto e último encontro nesta semana no Rio de Janeiro e fechou as propostas que serão discutidas entre os ministros de economia antes da cúpula do G20.
Depois de meses de discussão, o SFWG conseguiu avançar nas prioridades estabelecidas pelo Brasil para as discussões sobre finanças sustentáveis. Os negociadores deram atenção especial a um desses pontos: a facilitação do acesso aos fundos climáticos internacionais, como o Fundo Climático Verde (GCF), o Fundo de Adaptação, o Global Environment Facility (GEF) e os Climate Investment Funds (CIFs).
“A gente já consegue dizer que teremos um apoio substantivo do G20 para dar início a esse processo de desburocratização de acesso aos fundos verdes”, comentou Ivan Oliveira, subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda e coordenador do SFWG, em entrevista ao ClimaInfo.
“De concreto, o que a gente vai fazer é reduzir o tempo que se leva para o encaminhamento e a aprovação de um projeto e que mais entidades sejam acreditadas. (…) Isso fará com que o recurso chegue na ponta de forma rápida. Se o clima é urgente, não se pode esperar quatro, cinco anos para receber um recurso”, disse Oliveira.
Como o Valor explicou, o conjunto de sugestões para facilitar o acesso aos fundos climáticos – além de outros objetivos do GT, como princípios para uma transição justa, reportes de sustentabilidade, e instrumentos financeiros para soluções baseadas na natureza – será levado para a reunião ministerial da trilha de finanças, programada para ocorrer em outubro em Washington (EUA), antes da cúpula do G20 no Rio de Janeiro, em novembro.
O trabalho sobre finanças sustentáveis no G20 deve consolidar o tema nas discussões internacionais, observou a embaixadora Tatiana Rosito, coordenadora da trilha de finanças da presidência brasileira do G20. “Não há caminho de volta para as finanças climáticas depois do G20, por causa de todas as tragédias e eventos climáticos que vemos, também no Brasil”, disse ela, citada pelo Valor.
A Agência Brasil também repercutiu essas informações.
Em tempo: O tom otimista nas discussões sobre finanças climáticas do G20 no Rio contrasta com o pessimismo de observadores da sociedade civil nas discussões preparatórias para a COP29 de Baku. Nesta semana, os negociadores concluíram sua reunião técnica final antes da Conferência, mas a agenda de financiamento climático segue travada. Em nota, a Climate Action Network (CAN International) criticou duramente a falta de avanços nas negociações e o risco de um fracasso político em novembro no Azerbaijão. “É vergonhoso como os países vêm minando essas negociações financeiras. Se obtivermos um resultado fraco na COP29, será culpa deles e devastador para as comunidades do Sul Global”, alertou Mariana Poli, da Christian Aid.
ClimaInfo, 13 setembro de 2024.
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