A menos de dois meses da COP29 de Baku, países ricos e pobres seguem divididos sobre o futuro do financiamento internacional para a ação climática.
O tabuleiro do financiamento climático internacional segue complicado. Faltando pouco menos de dois meses para a abertura da COP29, os negociadores não conseguiram avanços na rodada final de discussões preparatórias sobre o tema, realizada em Baku (Azerbaijão) na semana passada.
No caminho até a COP29, muitos nós seguem atados. Os países ainda precisam definir pontos críticos da chamada nova meta quantificada coletiva (NCQG) para o financiamento climático, como a questão da “base de contribuintes” (ou seja, quem deverá contribuir) e o volume de recursos que deverão ser mobilizados em favor da implementação do próximo ciclo de compromissos nacionais sob o Acordo de Paris.
Como o Climate Home pontuou, as fontes potenciais de financiamento seguem dividindo países ricos e pobres. Os governos industrializados insistem em sua reivindicação de não serem os únicos financiadores da ação climática, defendendo a possibilidade de economias emergentes com altas emissões (leia-se China) também participarem desse esforço.
Essa posição é refutada pelo G77, que representa as nações em desenvolvimento e a China. Para eles, os países ricos devem seguir como os financiadores centrais, com recursos públicos e em um volume que atenda as necessidades dos países mais pobres e vulneráveis. Outra demanda do G77 é que a nova meta inclua também compromissos financeiros para o fundo de perdas e danos formalizado na última COP28, no ano passado.
O calendário do financiamento climático é outro fator de tensão entre países ricos e pobres. Escaldados pelo descumprimento da meta financeira de US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020, prometida na COP15 de Copenhague em 2009, as nações em desenvolvimento exigem garantias de que os novos compromissos financeiros não serão adiados pelas nações desenvolvidas.
Folha e Um Só Planeta também repercutiram a situação das negociações sobre financiamento climático antes da COP29. Já no Capital Reset, Natalie Unterstell (Instituto Talanoa) explicou com mais detalhes esse quadro e como ele é crucial para o futuro do Acordo de Paris.
ClimaInfo, 17 setembro de 2024.
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