Para o Global Energy Monitor, o hidrogênio de baixo carbono é o caminho para país desenvolver uma indústria de aço verde de maior valor agregado.
Com grande oferta de energia elétrica renovável e reservas de minério de ferro de alta qualidade, o Brasil pode se tornar um líder global no mercado de aço verde. É o que mostra o relatório “Forging a sustainable future: Brazil’s opportunity to lead in steel decarbonization”, da Global Energy Monitor (GEM).
Mas chegar a esse posto não é tarefa fácil, destaca o Canal Energia. Hoje três quartos da siderurgia brasileira dependem do carvão. O Fórum Econômico Mundial estima que as emissões das siderúrgicas do país podem aumentar quase 33% até 2050 se não forem tomadas medidas efetivas para impulsionar não somente a oferta, mas também a demanda de ferro e aço verdes.
O documento da GEM reitera que o país poderia aproveitar seus pontos fortes para promover uma reforma do setor baseada em baixas emissões de carbono. O caminho para isso é o hidrogênio de baixo carbono, produzido a partir de fontes renováveis. E nesse sentido o país está muito bem situado.
As perspectivas futuras para a energia eólica e solar no Brasil são promissoras. Os dados da GEM mostram que o país tem 180 gigawatts (GW) de parques eólicos em grande escala em status anunciado, pré-construção ou construção, atrás globalmente apenas da China e da Austrália. Os 139 GW de potenciais parques solares em grande escala no país ocupam o segundo lugar a nível mundial, atrás apenas da China, informam ESG Insights, IG e IPESI.
Por outro lado, o relatório alerta que investimentos recentes nos maiores e mais intensivos fornos a carvão do país provavelmente atrasarão sua desativação e, consequentemente, a substituição pelo hidrogênio. Além disso, a troca pelo carvão vegetal, que vem sendo usado por siderúrgicas de menor porte em substituição ao combustível fóssil, ainda tem efeito limitado.
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ClimaInfo, 12 de setembro de 2024.
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