Diretor de transição energética da Petrobras defende exploração de petróleo na foz do Amazonas

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Reprodução/epbr

Assim como outros diretores e ministros de Estado, Mauricio Tolmasquim repete a falácia de que o petróleo vai financiar a transição, em evento sobre clima.

O que pensar quando o responsável por definir projetos e investimentos em fontes renováveis de energia na Petrobras defende o aumento da exploração de combustíveis fósseis, inclusive na foz do Amazonas? Mais uma vez, o diretor-executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da petroleira, Mauricio Tolmasquim, fez isso. E pior: repetindo a falácia de que é preciso explorar mais petróleo e gás fóssil para obter recursos para a transição, e durante um evento sobre clima.

Tolmasquim participou na 5ª feira (19/9) do Brazil-US Climate Impact Summit 2024, evento promovido pelo Valor e pela Amcham na sede da ONU, em Nova York. Segundo ele, a demanda por petróleo em 2050 será menor, mas não será zero, e por isso o Brasil pode dar um passo a mais na produção de um tipo com menor emissão de carbono em relação a outros países. Mais uma balela.

O diretor repete a meta que a Petrobras lançou no início do governo Lula: ser uma das últimas produtoras de combustíveis fósseis do planeta, à medida que outros países eliminem suas produções. E chama de “compromisso dos países que ainda vão produzir” usar parte da renda petrolífera “não apenas para reduzir os problemas sociais, mas também para investir na transição energética”. A história das petroleiras e dos maiores produtores de petróleo do mundo mostram que não acontece nem uma coisa, nem outra.

A empresa brasileira previu investir US$ 11,5 bilhões em energias de baixo carbono em seu plano de negócios 2024-2028, lembra o Valor. Tolmasquim disse em Nova York que os maiores potenciais de curto prazo para o país atuar em energia renovável no setor elétrico estão nas gerações eólica e solar onshore, informa o Valor. Mas, até agora, tudo é só promessa.

Além disso, a cifra para renováveis é muito menor que os US$ 73 bilhões projetados para o segmento de exploração e produção de combustíveis fósseis. E o dinheiro para petróleo e gás fóssil deve aumentar no planejamento 2025-2029, como disse o diretor-executivo financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Fernando Melgarejo. A urgência climática que espere.

 

 

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ClimaInfo, 20 de setembro de 2024.

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