
Nos EUA, destruição causada pelo furacão Helene pode custar US$ 110 bilhões, estima a AccuWeather, o que o colocaria entre os cinco piores do país.
Os últimos dias foram marcados por eventos climáticos extremos em várias partes do planeta, com centenas de mortes e prejuízos materiais crescentes. Enquanto Estados Unidos e México sofreram com furacões, o Nepal tenta se recuperar de inundações e deslizamentos provocados por fortes chuvas, e a Grécia volta a sofrer com incêndios florestais.
Nos EUA, o número de mortos decorrentes da passagem do furacão Helene pelo sudeste do país não para de crescer. Até o início da tarde de ontem (30/9) eram pelo menos 104 mortos confirmados, informa o Washington Post, em seis estados. A maior parte das letalidades ocorreu na Carolina do Norte, onde 35 pessoas perderam a vida.
Helene foi completamente absorvido por um sistema climático maior e o pior da chuva já passou, mas as águas de suas tempestades ainda estavam descendo das montanhas e devastaram cidades ao longo do caminho, como Asheville, na Carolina do Norte, e ameaçavam a capital da Carolina do Sul, Columbia, relata a Bloomberg. Segundo a Accuweather, a destruição causada por Helene pode totalizar entre US$ 95 bilhões e US$ 110 bilhões, o que colocaria o furacão facilmente entre os cinco piores a atingir o país.
No México, moradores do sudoeste do país foram evacuados de suas casas, inundadas pelos resquícios do furacão John. A tormenta devastou a costa do Pacífico mexicano por uma semana, causando enchentes e deslizamentos de terra mortais que deixaram 22 mortos, informam Guardian, AP, Reuters, BBC, phys.org e Bloomberg.
Em Guerrero, o estado mais atingido e um dos mais pobres do país, 18 pessoas morreram, de acordo com a mídia local, muitas devido a deslizamentos de terra que destruíram casas. A mídia local relatou três mortes em Oaxaca, e um menino morreu em um rio no estado de Michoacán.
No Nepal, o número de mortos por enchentes e deslizamentos de terra provocados por fortes chuvas no fim de semana chegou a 193, informam AP e Reuters. Muitas das mortes ocorreram na capital, Katmandu, que recebeu chuvas pesadas, e grande parte da parte sul da cidade foi inundada. A polícia informou que 31 pessoas ainda estavam desaparecidas e 96 ficaram feridas em todo o país.
Um deslizamento de terra matou três dúzias de pessoas em uma rodovia bloqueada a cerca de 16 quilômetros de Katmandu. O deslizamento de terra enterrou pelo menos três ônibus e outros veículos onde as pessoas dormiam porque a estrada estava bloqueada.
Já na Grécia, duas pessoas foram encontradas mortas em um incêndio florestal que, alimentado por ventos fortes, alastrou-se descontroladamente perto de uma área montanhosa acidentada na região central de Corinto na 2ª feira (30/9), segundo Reuters, AP, Independent, Euronews e DW. Centenas de bombeiros, auxiliados por nove aeronaves, lutaram contra o incêndio que começou no domingo perto da cidade litorânea de Xylokastro, na península do Peloponeso, a cerca de 120 km a oeste de Atenas. O incêndio forçou a evacuação de várias vilas.
A Grécia teve este ano o verão mais quente de sua história, após também sofrer com o inverno mais quente já registrado, o que deixou grandes áreas com pouca ou nenhuma chuva.
Reuters, Guardian, USA Today, CNN, Independent, AP, CBS, ABC e Forbes também repercutiram os estragos provocados pelo furacão Helene nos EUA.
Em tempo 1: Autoridades de Taiwan fecharam escolas e cancelaram voos domésticos enquanto o tufão Krathon se aproximava da ilha, trazendo também ventos fortes e chuvas violentas para o norte das Filipinas. A tempestade estava a 170 quilômetros ao sul de Taiwan na 2ª feira (30/9), com ventos sustentados de 162 km/h, de acordo com a Administração Central de Meteorologia da ilha, informam Bloomberg e Reuters. Apesar do temor, o Centro Conjunto de Alerta de Tufões da Marinha dos EUA afirmou Krathon deve enfraquecer ligeiramente antes de atingir Taiwan na 4ª feira, e então desacelerar ao encontrar o terreno acidentado da ilha.
Em tempo 2: A precipitação de monções na Índia neste ano foi a mais alta desde 2020, com precipitação acima da média por três meses consecutivos, o que ajudou o país a se recuperar da seca do ano passado, informou o departamento meteorológico estatal indiano. A monção anual da Índia fornece quase 70% da chuva para regar fazendas e reabastecer reservatórios e aquíferos. Sem irrigação, quase metade das terras agrícolas indianas depende das chuvas, que geralmente ocorrem de junho a setembro. Mas, se por um lado as monções trouxeram alívio para algumas culturas, por outro chuvas acima da média em setembro danificaram algumas culturas de verão, como arroz, algodão, soja, milho e leguminosas, em certas regiões da Índia, detalha a Reuters.
ClimaInfo, 1º de outubro de 2024.
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