Decisão sobre Petrobras explorar combustíveis fósseis na foz do Amazonas será técnica, repete Marina Silva

Marina Silva negacionismo
Felipe Werneck / MMA

Diante da permanente pressão da petroleira e de integrantes do governo, ministra precisa repetir incontáveis vezes que licenciamentos são processos técnicos que precisam de tempo.

Pela enésima vez a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi questionada sobre o pedido de licença feito pela Petrobras ao IBAMA para perfurar um poço para explorar combustíveis fósseis no bloco FZA-M-59, na foz do Amazonas. E pela enésima vez repetiu que este é um processo técnico, com trâmites claros, e que não tem um prazo determinado para ser finalizado.

“Licenciamentos são processos técnicos. A área técnica tem seu tempo necessário para fazer a análise e as manifestações em bases técnicas”, explicou a ministra. “É assim que ocorre em um governo republicano”, completou, em fala destacada por Valor e O Globo.

Perguntada sobre as pressões para liberar o licenciamento, Marina disse – também pela enésima vez – que não vai ceder a elas. “Em um governo republicano, o que funciona são as instituições e os pareceres técnicos, que são dados e levados em conta na análise das propostas feitas com base nos estudos de impacto ambiental”, ressaltou a ministra.

Na semana passada, durante a Rio Oil and Gas, evento da indústria petrolífera brasileira que reuniu também executivos das maiores petroleiras do mundo e que ambientalistas “gentilmente” chamaram de “Saldão do Fim do Mundo”, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltaram a falar da “importância” de se explorar a foz do Amazonas para, entre outras falácias, repor as reservas brasileiras de petróleo e “financiar a transição energética”. Silveira, inclusive, chegou a dizer que a obtenção da licença pela estatal estava em “fase quase final”.

Essas falas aconteceram quase simultaneamente ao discurso do presidente Lula na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York. Lula cobrou das nações do mundo que acelerem a descarbonização da economia global, mas também encontrou privadamente executivos da Shell, bem ao estilo “faça o que digo, mas não o que faço”.

Jovem Pan, Space Money e Capitalist também repercutiram a fala de Marina.

 

 

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ClimaInfo, 2 de outubro de 2024.

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