
Marina Silva reafirmou que o grupo tem responsabilidade de liderar a resposta à emergência climática e a outras crises ambientais, como a perda de biodiversidade.
A declaração final do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20, resultado do encontro de ministros do Meio Ambiente dos países do grupo concluído na 5ª feira (3/10), teve adesão unânime das nações presentes à reunião, contou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. O documento contemplou financiamento para adaptação às mudanças climáticas, preservação dos oceanos, serviços ecossistêmicos e economia circular.
Os países se comprometeram a promover mecanismos financeiros inovadores para enfrentar a emergência climática, destaca a Carta Capital. A mobilização de recursos financeiros para mitigar as mudanças do clima está no centro das discussões do G20, que serão concluídas durante a reunião de chefes de Estado e governo em novembro, no Rio de Janeiro.
Segundo Marina Silva, o Mecanismo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) foi uma das propostas concretas que receberam o apoio dos países do G20. Proposto pelo Brasil na COP28, em Dubai, no fim de 2023, o TFFF visa mobilizar recursos públicos e privados para a conservação de florestas tropicais, incentivando resultados baseados na preservação, explica o Valor.
O documento final também expressou solidariedade a países afetados por desastres climáticos, destacando a necessidade urgente de ações mais efetivas frente a essa nova realidade, informa o Um só planeta. O texto reafirma o compromisso com acordos internacionais relacionados ao meio ambiente e ao Acordo de Paris, destacando a necessidade de ações ambiciosas baseadas nas melhores evidências científicas.
Os países do G20 ainda se comprometeram a promover uma transformação na maneira com que o tema da adaptação climática é tratado, destaca a Folha. No texto, afirmam que vão trabalhar juntos para “mudar a narrativa de que medidas de adaptação climática são caras demais e que concorrem com as prioridades de desenvolvimento para uma [narrativa] em que a adaptação seja um ingrediente central do desenvolvimento social e econômico”.
“Os países do G20 têm grande responsabilidade e a oportunidade de fazerem a diferença. Conjuntamente, representam mais de 80% do Produto Interno Bruto mundial, 80% da população mundial, assim como aproximadamente 80% das emissões globais de gases de efeito estufa. Por isso, devem ajudar a liderar o enfrentamento à crise climática, somada às demais crises ambientais em curso”, frisou Marina, em fala destacada por Agência Gov e Pará Terra Boa.
Em tempo: O GT de transição energética do G20, formado por ministros de Energia dos países do bloco, também se reuniu na semana passada, em Foz do Iguaçu. No documento final do encontro, divulgado na 6ª feira (4/10), o grupo se comprometeu a “apoiar a implementação de esforços” para triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a taxa média global anual de melhorias na eficiência energética até 2030, informam Valor, Poder 360, Folha e Agência Gov. Nada de muito novo, já que tal compromisso consta do documento final da COP28, no ano passado.
De modo geral, os ministros aprovaram compromissos comuns que incluem metas para ampliar a oferta de energia renovável; oferecer financiamento para projetos; estabelecer certificação de combustíveis de baixa emissão; e apoiar pautas sociais que devem permear as diferentes iniciativas neste tema, como igualdade de gênero e combate à pobreza energética.
Mas, nas entrelinhas, o texto deixa brechas para combustíveis fósseis, quando os países enfatizam “a importância de manter fluxos ininterruptos de energia de várias fontes”. E quanto à arriscada fonte nuclear, afirma que “os países que optam pelo uso seguro e pacífico de energia nuclear civil, com base em seu contexto doméstico, reafirmam seu papel na contribuição para a redução das emissões de GEE, para o alcance do ODS [Objetivo de Desenvolvimento Sustentável] 7 e para garantir a segurança energética”.
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ClimaInfo, 7 de outubro de 2024.
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