
Padrinho político do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que tenta a reeleição, Tarcísio justificou veto afirmando que já existem programas que abordam o tema.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi incensado pela imprensa como um dos grandes vitoriosos pelo fato do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ter chegado à frente de Guilherme Boulos (PSOL) na acirrada disputa por comandar a maior cidade do país a partir de 2025. Mas se o apadrinhado político tiver visão similar à de Tarcísio em relação ao clima, os paulistanos irão sofrer caso Nunes seja reeleito.
Na 3ª feira (8/10), o governador paulista vetou o projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) que previa aulas de educação climática nas escolas estaduais do estado, informam Carta Capital, Metrópoles e Diário do Centro do Mundo. Tarcísio justificou o veto afirmando que há dois programas na Secretaria Estadual da Educação – “Escola mais segura” e “Alfabetização ambiental” – que abordam a questão das mudanças climáticas.
A proposta vetada é de autoria do deputado Guilherme Cortez, do PSOL – o partido de Boulos, opositor do candidato de Tarcísio. O PL aprovado na ALESP afirmava que o conteúdo deveria incluir temas como aquecimento global, mudanças no clima global, biodiversidade, poluição e impactos no clima, Justiça Climática e racismo ambiental.
Foi o segundo projeto climático de Cortez vetado por Tarcísio. Em agosto do ano passado, o governador já havia barrado o projeto que criava o Sistema Estadual de Prevenção, Informações e Monitoramento de Desastres Climáticos (SISPIMDAC), aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa.
Em tempo 1: A maioria dos deputados federais eleitos no pleito municipal no domingo (6/10) ou que ainda vão concorrer no 2º turno votou a favor de projetos de lei que fazem parte do chamado “Pacote da Destruição”, conjunto de leis e propostas constitucionais que flexibilizam a legislação ambiental. Dos 16 candidatos ainda em disputa (15 a prefeito e um a vice), metade votou majoritariamente a favor dos projetos antiambientais. Entre os seis deputados já eleitos, quatro foram favoráveis a esses PLs. Os que continuam na corrida concorrem em capitais como Manaus (AM), Cuiabá (MT), Belém (PA), Fortaleza (CE) e Natal (RN), além de outras grandes e médias cidades. Os eleitos são de municípios do Pará, São Paulo e Acre, detalha a Agência Pública.
Em tempo 2: O centrão e a direita dominaram as eleições nos municípios da Amazônia campeões de desmatamento, informa ((o))eco. Das 70 prefeituras, 69 tiveram disputa definida no 1º turno, e apenas duas foram para partidos à esquerda: Macelly Veras (PDT), em Maués (AM), e Mansão (PSB), reeleito em Bom Jesus do Araguaia (MT). As 67 restantes foram divididas entre União Brasil (21), MDB (18), PL (6), Republicanos (6), PP (6), PSD (6), PRD (2), Podemos (1) e AVANTE (1). Em Rio Branco, Tião Bocalom (PL) foi reeleito no primeiro turno, com 54,82% dos votos. E Porto Velho terá uma disputa entre a bolsonarista Mariana Carvalho (UNIÃO), correligionária do atual prefeito Hildon Chaves, e o deputado federal Léo Moraes (Podemos).
Em tempo 3: Nem tudo foi má notícia nas eleições municipais. Nove indígenas foram eleitos prefeitos no país. É um número muito baixo, mas representa aumento em relação às eleições de 2020, quando foram oito indígenas eleitos, e de 2016, quando foram seis. Já para o cargo de vereador foram eleitos 241 indígenas, aumento de 32% em relação a 2020, informam Revista Fórum e Bahia Notícias, mas muito pequeno em relação ao número total de vagas para o legislativo municipal, de 58.414 cadeiras. Vale destacar a eleição de Ninha (PSD) para a prefeitura de Marcação, município do litoral Norte da Paraíba, a única mulher indígena eleita para prefeito em todo o país, destaca o Projeto Colabora. Além da prefeita, todos os nove vereadores eleitos na cidade de 9.000 habitantes são indígenas Potiguara: são cinco homens e quatro mulheres.
ClimaInfo, 9 de outubro de 2024.
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