
Enquanto milhões de pessoas correm contra o tempo para escapar da ira do furacão Milton na costa oeste da Flórida, investidores e seguradoras já fazem as contas sobre o prejuízo histórico que a tempestade pode causar para a economia dos Estados Unidos, que ainda lida com os efeitos da passagem do furacão Helene por outros estados do sul no começo do mês.
Segundo o Financial Times, a expectativa do setor de seguros é de perdas na casa dos US$ 60 bilhões, a depender da trajetória exata do furacão Milton. Já a agência de classificação de crédito Morningstar sugere um prejuízo ainda maior, de até US$ 100 bilhões, caso a região de Tampa seja diretamente afetada pela tempestade, com perdas comparáveis àquelas sofridas em Nova Orleans depois do Katrina, em 2005.
Já a Bloomberg destacou a análise de investidores em títulos de catástrofes, que estão se preparando para perdas substanciais pela combinação do impacto de Helene e Milton. Segundo Florian Steiger, da Icosa Investments, mesmo que Milton atinja a área metropolitana de Tampa como um furacão de categoria 4, ele poderá causar “um dos maiores eventos de perdas de resseguro da história” dos Estados Unidos.
Além das perdas seguradas, o setor também espera por prejuízos não segurados substanciais. Isso porque, segundo a Bloomberg, muitas áreas inundadas pelo Helene e que estão no caminho de Milton ficam fora de zonas onde os proprietários são obrigados a comprar seguro contra inundações.
A expectativa é de que o olho do furacão Milton atinja a baía de Tampa na noite desta 4a feira (9/10), com ventos superiores a 200 km/h. Autoridades federais, estaduais e locais seguem lutando contra a desinformação online para suplicar à população que deixe as áreas de risco.
Além da evacuação de 1 milhão de pessoas na região de Tampa, outras 5 milhões vivem em outras áreas no caminho do furacão e precisam buscar abrigo para escapar dos fortes ventos e das inundações que a tempestade causará na região central da Flórida.
A aproximação de Milton foi amplamente destacada na imprensa nacional e internacional, com cobertura de Associated Press, BBC, Bloomberg, CNN, NBC News, NY Times e Washington Post.