Seca no Pantanal: rio Paraguai atinge 2º pior nível histórico

9 de outubro de 2024
seca Pantanal 2024
Campo Grande News/WWF/Silas Ismael

Afetado pela seca intensa, o principal rio do Pantanal vem registrando quedas diárias sucessivas em seu nível, atingindo o 2º pior índice da história.

A seca histórica que aflige o Pantanal se reflete de forma direta nos níveis de seu principal rio, o Paraguai. Diferentes leituras indicam que a bacia do Paraguai já superou ou está próxima de superar a menor cota já registrada em mais de um século de monitoramento.

De acordo com o último boletim do Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (IMASUL), a leitura da última 3a feira (8/10) indicava um nível de 61 cm negativos. Já os dados da Marinha, que faz a medição oficial, estimavam o nível do Paraguai em -60 cm na estação de Ladário (MS). Como o Campo Grande News informou, esse índice é apenas 1 cm inferior à pior leitura da história, registrada em 1964.

Ontem (9), a medição da Marinha voltou a registrar -60 cm na régua de Ladário. No entanto, a expectativa é de que o nível siga caindo nos próximos dias, com poucas perspectivas de chuvas na região pantaneira que possam reverter, ainda que momentaneamente, este quadro.

O Correio do Estado destacou a trajetória da leitura do nível do rio Paraguai nos últimos dias. O nível está recuando em quase 1 cm por dia e a tendência é de que a marca histórica de 1964 seja batida ainda nesta semana. Especialistas pontuam que é difícil fazer prognósticos sobre o nível mínimo que o rio pode alcançar neste ano, pois a bacia nunca sofreu uma seca parecida com a atual.

A queda do nível do rio Paraguai intensifica as condições de seca no Pantanal, já que reduz a área alagada do bioma. O recuo da água, por sua vez, facilita as condições para a disseminação de incêndios na vegetação ressecada. Além dos impactos ambientais, a seca também afeta as condições de vida de populações ribeirinhas, isoladas e com estoques reduzidos de peixe e água potável.

Folha, Midiamax e O Pantaneiro, entre outros, também repercutiram a situação do rio Paraguai.

Em tempo 1: Já na Amazônia, a estiagem extrema que castiga a região provocou uma situação inédita: uma nascente completamente seca. Foi o que aconteceu com o rio Jaru, em Rondônia, na 2ª feira (7/10). Localizada na cidade homônima, registrou um nível histórico mínimo de 0,00 cm de água, segundo a Defesa Civil do estado, algo nunca registrado desde o início do monitoramento realizado pela Agência Nacional das Águas (ANA), relata o Rondônia Dinâmica.

Em tempo 2: O avanço da seca severa na Amazônia pode ser verificado pela comparação entre imagens de satélite de diferentes datas. Nelas, trechos dos rios Negro e Solimões exibem bancos de areia e áreas secas onde antes passava a água. As fotos foram coletadas pela SCCON na rede do programa Brasil MAIS, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. No rio Negro, o trecho fotografado em 8 de agosto e na 4ª feira passada(2/10) fica a 118 km de Manaus. As áreas cobertas pelo rio passaram a mostrar bancos de areia, poças rasas e vários trechos descobertos. Cerca de 1.000 km a oeste dali, em Tabatinga, o Solimões passou pela mesma transformação. O registro de 17 de julho mostra a água correndo. Mas a foto de 21 de setembro já mostra o leito mais baixo, com bancos de areia e áreas secas no entorno, detalha a Folha.

 

ClimaInfo, 9 de outubro de 2024.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo

Continue lendo

Assine Nossa Newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar