Gás liquefeito tem grande papel negativo para as mudanças climáticas, mostra estudo

Para Europa e China, importar gás fóssil dos EUA para gerar energia é pior para o clima do que usar carvão local, gerando mais emissões.
10 de outubro de 2024
Gás liquefeito tem grande papel negativo para as mudanças climáticas, mostra estudo
Herman Darnel Ibrahi

Os defensores dos combustíveis fósseis insistem em tentar transformar o gás em “combustível da transição energética”, alegando que suas emissões são menores que as do petróleo e do carvão. Mas, além de não haver mais tempo para continuar queimando qualquer combustível fóssil pelo agravamento das mudanças climáticas, um novo estudo joga por terra essa teoria e mostra que o gás fóssil pode ser pior do que o carvão, o mais “sujo” deles. Em resumo: não existe combustível fóssil “bom”.

Para a Europa e a China, importar gás fóssil liquefeito (GNL) dos Estados Unidos para gerar energia é pior para o clima do que usar carvão local, pois produz cerca de um terço a mais de emissões. É o que mostra um estudo do professor de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Cornell, Robert W. Howarth. A pesquisa foi publicada na Energy Science and Engineering.

Enquanto estudos anteriores se basearam nas declarações das empresas de gás sobre o quanto suas instalações poluem – no melhor estilo da raposa vigiando o galinheiro –, a pesquisa de Howarth utilizou medições independentes. E concluiu que as emissões de gases de efeito estufa da produção desse combustível fóssil nos EUA são muito maiores do que se pensava anteriormente, destaca o Climate Change News.

Segundo o professor, em um período de 20 anos, a pegada de carbono do GNL é um terço maior do que a do carvão quando analisada pela métrica do Potencial de Aquecimento Global, utilizada para comparar o impacto ambiental de diferentes gases de efeito estufa, explica o Meteored. Mesmo em uma escala de 100 anos [mais branda do que 20 anos, já que o metano tem duração na atmosfera menor que a do CO2], a pegada de carbono do gás fóssil liquefeito é igual ou mesmo superior à do carvão.

A ventilação de gás e as emissões fugitivas são a principal causa das emissões de metano. A ventilação é uma prática que libera gás indesejado para manter condições seguras no processo de extração de petróleo e gás. Já as emissões fugitivas são liberações não intencionais de gás em todo o sistema de abastecimento de combustíveis fósseis. A maior parte da fuga de metano vem dos processos posteriores à produção de petróleo e gás, que incluem o refino, o transporte e a distribuição de produtos gasosos, informa o Earth.org.

Portanto, embora a queima de carvão gere mais emissões de CO2 do que a queima de gás fóssil, as emissões de metano deste último podem “mais do que compensar essa diferença”, de acordo com o estudo.

Renew Economy, The Energy Mix, Earth . com e Times of India também repercutiram o estudo.

 

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