
Talvez você nunca tenha ouvido falar nos Cargill-MacMillan.
Com patrimônio líquido aproximado de US$ 60 bilhões, essa família teve a maior parte de sua fortuna construída com os lucros da Cargill, uma das principais corporações por trás do avanço do agronegócio sobre a Amazônia e o Cerrado no Brasil.
Até hoje, os Cargill-MacMillan se mantinham nas sombras, discretos. Não mais. Nesta 4a feira (23/10), o artivista Mundano apresentou um de seus maiores murais já pintados na cidade de São Paulo, denunciando a responsabilidade dessa família sobre a devastação ambiental no Brasil.
O mural foi pintado com cinzas de vegetação queimada na Amazônia, no Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica, biomas que experimentam com mais intensidade a crise atual do fogo no Brasil. A obra, que retrata a indígena Alessandra Munduruku cobrando a promessa de eliminar produtos oriundos do desmatamento da cadeia de fornecimento da Cargill até 2025, também inclui lama de cidades afetadas pelas inundações históricas no Rio Grande do Sul.
O megamural foi matéria de Folha, O Globo, NYT, Washington Post e Newsweek, entre outros.