A Polícia Federal deflagrou nesta 4ª feira (23/10) a Operação Dracarys, com o objetivo de desbaratar uma organização envolvida com crimes ambientais nos municípios de Boca do Acre e Pauini, no sul do Amazonas. O grupo estaria por trás de desmatamentos e queimadas ilegais que causaram danos ambientais estimados em aproximadamente R$ 138 milhões.
Segundo a PF, a quadrilha desmatou mais de mil e seiscentos hectares de floresta nativa situada em gleba pública federal, além de queimar mais de dois mil e trezentos hectares. Imagens de satélite mostraram que a fumaça decorrente das queimadas contribuíram também para a piora da qualidade do ar em várias regiões da Amazônia, especialmente entre os meses de setembro e outubro.
A investigação também mostrou que as áreas afetadas foram escolhidas propositalmente por conta de sua localização remota, o que dificulta a fiscalização tradicional. Segundo a PF, esse isolamento favoreceu a prática reiterada de crimes ambientais, facilitando a exploração predatória e a impunidade e “criando um ambiente propício para a realização dessas atividades ilegais em larga escala”.
Os agentes da PF cumpriram 10 mandados judiciais de prisão, busca e apreensão e medidas cautelares diversas da prisão [que restringem direitos, mas não impedem sua liberdade] nos dois municípios amazonenses, além de Campinas (SP). Na cidade paulista, um dos suspeitos foi preso em um condomínio de luxo; ele seria o principal financiador e articulador das operações ilegais.
A Justiça Federal também determinou o sequestro de bens móveis e imóveis de todos os investigados, incluindo o bloqueio de contas bancárias e a indisponibilidade de patrimônio, visando garantir a reparação dos danos causados ao meio ambiente.
Agência Brasil, Amazonas Atual, Band, CartaCapital, g1, SBT, Valor e VEJA, entre outros veículos, repercutiram a operação da PF.
